Agências do governo acima do nível municipal foram orientadas a adotar opções consideradas “seguras e confiáveis” em substituição aos chips das empresas americanas. Uma lista com 18 processadores aprovados, fabricados por empresas chinesas como Huawei e a estatal Phytium, foi disponibilizada como sugestão. Essas novas regras foram apresentadas pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação em dezembro, e intensificam a guerra comercial tecnológica de longa data entre China e Estados Unidos, que também vêm restringindo a entrada de produtos chineses em território americano.
Em 2023, a China foi responsável por 27% da receita total da Intel, equivalente a US$ 54 bilhões (R$ 269 bilhões), e 15% das vendas totais da AMD, totalizando US$ 23 bilhões (R$ 114 bilhões). Embora não seja possível determinar exatamente a porcentagem dessas vendas destinadas ao governo chinês, a medida adotada certamente terá impacto nas empresas americanas.
Esse movimento é considerado um dos mais agressivos até o momento, no que se refere à restrição do uso de tecnologia americana em solo chinês. Por sua vez, os Estados Unidos têm adotado medidas similares, como a proibição da venda de chips de IA para a China.
Essa decisão da China ocorre em um momento de tensão entre as duas potências, com os EUA recentemente aprovando uma lei que oferece incentivos e subsídios às fabricantes de semicondutores e chips avançados no país. Além disso, o congresso americano aprovou uma medida que poderá banir o TikTok do território americano, caso o aplicativo seja vendido para uma empresa local, não relacionada à ByteDance, acusada de compartilhar dados de cidadãos americanos com o governo chinês.