Tenente-coronel do Exército pode perder benefícios após acordo de delação premiada para escapar de prisão junto a Bolsonaro.

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid encontra-se em uma situação delicada, podendo perder os benefícios de sua delação premiada com a Polícia Federal. Sua colaboração foi firmada para evitar a prisão em meio às investigações que o envolvem juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar sua prisão em virtude de declarações feitas em mensagens de áudio divulgadas pela revista Veja, em que criticou o ministro e a PF.

Mauro Cid já havia sido preso no ano passado em uma investigação sobre fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19 e também colaborou em um inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no governo Bolsonaro. Contudo, sua liberdade foi garantida pelo acordo de delação premiada, o qual agora corre o risco de ser rescindido.

Caso a Polícia Federal conclua que Cid descumpriu as obrigações do acordo, poderá ser solicitada a rescisão da colaboração. Isso não anularia a delação, mas acarretaria no cancelamento dos benefícios, incluindo o direito de permanecer em liberdade. Esse tipo de medida já foi aplicada em grandes investigações, como no caso dos executivos do grupo J&F, em 2017.

As declarações de Mauro Cid, de acordo com a Veja, alegam pressões para delatar episódios que não presenciou ou que não ocorreram. Durante uma audiência judicial, o ex-ajudante confirmou ter enviado as mensagens como um desabafo e negou ter sido pressionado pela PF ou pelo Judiciário para fazer acusações. Sua defesa também justificou as declarações como um relato dos desafios pessoais e profissionais enfrentados pelo militar.

Diante desse cenário, Mauro Cid aguarda a decisão final do Supremo sobre a manutenção ou rescisão de seu acordo de delação premiada, enfrentando a possibilidade de perder os benefícios conquistados em troca de suas colaborações. A situação evidencia a complexidade e as nuances das consequências de um acordo de colaboração com a justiça.

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