De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, Chico Soares, Izabel Costa da Fonseca, Clarissa Guimarães e Maria Teresa Gonzaga Alves, os dados coletados entre 2007 e 2019 do Censo Escolar apontam para a necessidade de um melhor monitoramento da permanência dos estudantes nas salas de aula. Patrícia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, ressaltou a preocupação em garantir uma trajetória regular para as crianças e adolescentes, observando que quase metade deles já enfrenta adversidades antes mesmo de chegarem ao ensino médio.
O estudo também destacou as desigualdades no sistema educacional, indicando que alunos do sexo masculino, com deficiência, negros, indígenas e de escolas com baixo nível socioeconômico são os mais afetados. Para combater a evasão escolar, o deputado Rafael Brito, presidente da FPME, citou o programa Pé-de-Meia, do governo federal, que oferece incentivos financeiros aos alunos do ensino médio.
Além disso, o estudo revelou que as meninas têm trajetórias escolares mais regulares do que os meninos, ressaltando também as diferenças entre grupos raciais e de renda. Enquanto a maioria dos alunos de escolas de alto nível socioeconômico mantém uma trajetória regular, os estudantes de escolas mais pobres enfrentam mais dificuldades. Da mesma forma, a região em que a escola está localizada também impacta na qualidade da permanência escolar, com municípios do Norte, Nordeste e Sul apresentando situações mais precárias em comparação com o Sudeste e Centro-Oeste.
Portanto, o estudo realizado pela Fundação Itaú evidencia a importância de políticas educacionais mais eficazes e aponta para a necessidade de um maior investimento e monitoramento para garantir uma educação de qualidade a todos os estudantes brasileiros.