Segundo o presidente do sindicato, Weller Gonçalves, os trabalhadores estão extremamente angustiados com a falta de respeito contínua da Avibras. Profissionais qualificados estão sem receber salários há quase um ano, levando muitos a buscar formas informais de sustento para suas famílias. Desesperados com a situação, decidiram ocupar as instalações da empresa como forma de pressionar por uma solução.
A Avibras, que faz parte da Base Industrial de Defesa do Brasil, foi criada em 1964 e é especializada na fabricação de armamentos como mísseis, lançadores de foguetes e bombas inteligentes, além de insumos para combustível sólido. Com aproximadamente 1,2 mil trabalhadores, a empresa está enfrentando uma greve que já dura um ano e meio, iniciada em setembro de 2022 devido aos constantes atrasos nos pagamentos.
A dívida total da Avibras chegava a R$ 376 milhões em abril do ano passado, levando a empresa a entrar com um pedido de recuperação judicial em março de 2022. Nesse processo, 420 funcionários foram demitidos, porém posteriormente os cortes foram revertidos devido a uma ação movida pelo Sindicato, que conseguiu transferir os trabalhadores para o regime de layoff. Desde então, a suspensão dos contratos de trabalho foi prorrogada quatro vezes e, em fevereiro deste ano, o pedido de recuperação judicial foi homologado pela 2ª vara cível de Jacareí.
A Agência Brasil entrou em contato com a Avibras em busca de um posicionamento da empresa, porém ainda aguarda resposta. Enquanto isso, os trabalhadores permanecem ocupando o pátio da fábrica, buscando uma solução para a difícil situação em que se encontram.