Trabalhadores da agência Télam mantêm acampamento em vigília e rejeitam plano de demissão voluntária proposto pelo governo de Javier Milei.

Os trabalhadores da agência pública de notícias argentina Télam decidiram manter o acampamento de vigília em frente à sede da empresa, em Buenos Aires, em uma assembleia realizada recentemente. A decisão veio como resposta ao plano de demissão voluntária proposto pela direção da companhia, que é controlada pelo governo do presidente Javier Milei. Os empregados da Télam receberam um comunicado informando a prorrogação da dispensa do trabalho por mais sete dias, sendo impedidos de entrar no prédio da empresa, que foi fechado com grades desde o início do mês.

O site da agência de notícias está fora do ar desde que Milei anunciou sua intenção de extinguir o portal de notícias de 78 anos de existência. A medida tem gerado críticas de movimentos sociais, sindicais e especialistas, que argumentam que viola o direito à informação do povo argentino. Além disso, a empresa anunciou um plano de demissão voluntária que poderá ser aceito pelos cerca de 760 funcionários da Télam.

A comissão interna da Télam, formada pelos próprios empregados, destacou que a oferta de demissão voluntária ocorre em um contexto de intimidação e disciplinamento, com o objetivo de forçar os trabalhadores a avaliarem a proposta da empresa. A assembleia dos trabalhadores decidiu, por unanimidade, rejeitar o plano de demissão voluntária e manter a mobilização em frente à sede da Télam, onde os empregados estão acampados desde o início do mês.

Segundo Andrea Delfino, do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBa), os trabalhadores planejam adotar diversas estratégias legislativas, sindicais e legais para evitar o fechamento da agência. Durante a campanha eleitoral, Milei prometeu privatizar todos os meios públicos de comunicação da Argentina e, desde o início de seu governo, tem realizado intervenções em diversos canais públicos. A agência Télam, com quase oito décadas de existência, é a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas e produz centenas de matérias e fotografias diariamente. Nos últimos anos, a agência enfrentou diversas ameaças e tentativas de fechamento durante os mandatos de diferentes presidentes argentinos.

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