Os dados analisados mostram que a maioria dos homicídios ocorre no âmbito doméstico, com 28% cometidos por parceiros íntimos, 9% por amigos ou conhecidos e 6% por familiares. Além disso, 60% das vítimas são mulheres entre 20 e 39 anos, sendo que sete em cada dez mulheres assassinadas são negras.
A pesquisa também revela que as armas de fogo estão associadas principalmente a agressões físicas (52%), seguidas por agressões psicológicas (22%) e agressões sexuais (15%). Em média, 2.200 mulheres são mortas a cada ano no Brasil devido ao uso de armas de fogo, totalizando cerca de 6 mortes por dia. O pico de homicídios foi registrado em 2017, com 4.928 mulheres assassinadas, em meio a disputas de facções por rotas de tráfico de drogas.
Apesar da redução nos casos de homicídios de mulheres nos últimos anos, ainda há muito a ser feito para combater essa realidade. O relatório ressalta que as mulheres negras são as mais vulneráveis à violência armada, principalmente fora de casa. As regiões Nordeste e Norte do Brasil apresentam as maiores taxas de homicídios femininos por arma de fogo, evidenciando a necessidade de políticas públicas eficazes nessas áreas.
Diante desse cenário preocupante, especialistas apontam a importância do acesso a respaldo legal e estrutural para as vítimas, bem como o fortalecimento de redes de apoio e o combate ao consumo de álcool associado à violência armada. A conscientização e o investimento em políticas de prevenção e proteção às mulheres se tornam fundamentais para mitigar a violência de gênero no país.