Compra de armas por criminosos condenados expõe falhas no sistema de controle, alerta senador Jorge Kajuru.

O senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, fez um pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira em que levantou questões preocupantes em relação ao relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o documento, criminosos condenados pela Justiça conseguiram adquirir pistolas, fuzis e metralhadoras de forma legal, apresentando certificados de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

Dados apontados pelo senador mostram que entre os anos de 2019 e 2022, mais de 5 mil pessoas conseguiram novos registros do CAC ou renovaram registros anteriores, mesmo estando envolvidas em processos criminais graves, como tráfico de drogas, homicídio e lesão corporal. Dentre essas pessoas, quase 3 mil obtiveram licenças para comprar armas de fogo do Exército, mesmo estando com mandados de prisão em aberto.

A situação torna-se ainda mais alarmante quando se constata que 94 pessoas declaradas como mortas conseguiram adquirir 16,6 mil munições em 67 processos. Além disso, uma investigação do TCU revelou que mais de 22 mil pessoas cadastradas para receber benefícios sociais destinados à população de baixa renda foram autorizadas pelo Exército a comprar armas de alto valor.

Diante deste cenário, Jorge Kajuru alertou para a gravidade da situação, ressaltando que existem mais de 1,5 milhão de armas em situação irregular no Brasil. O senador enfatizou a importância de tomar medidas para proteger a população, sugerindo que o Exército se estruture melhor para fiscalizar a compra de armas ou que a atribuição seja transferida para a Polícia Federal, conforme sugerido por alguns especialistas.

Essas revelações do TCU levantam uma discussão importante sobre a segurança pública no país e a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle e fiscalização para evitar que armas de fogo caiam nas mãos erradas. A atuação do poder legislativo e das instituições responsáveis pela segurança deve estar voltada para garantir a proteção da sociedade e impedir que práticas criminosas sejam facilitadas por brechas no sistema de controle de armas.

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