A falta de clareza sobre o aumento ou redução do número de recursos em relação ao ano anterior desperta curiosidade e questionamentos. Além disso, a polêmica em torno dos critérios de avaliação para as cotas raciais na universidade ganhou destaque com o processo movido por dois estudantes que tiveram suas vagas em Direito questionadas pela comissão de heteroidentificação, alegando não se encaixarem nos critérios de autodeclaração racial.
A USP tem sido alvo de críticas e mobilizações, com cerca de cem estudantes que tiveram suas autodeclarações negadas se organizando para entrar com uma ação coletiva contra a instituição. Porém, a universidade defende o modelo adotado para a política de cotas e ressalta a eficácia do desenho atual, garantindo que os critérios não se baseiam em um “tribunal racial”, mas sim na efetividade de uma política pública importante para o país.
A criação da comissão de heteroidentificação, responsável por avaliar a autenticidade das autodeclarações dos candidatos, também tem gerado controvérsias. Enquanto a USP opta por realizar a avaliação de forma estritamente fenotípica, considerando apenas as características físicas dos indivíduos, outras universidades como Unesp e Unicamp adotam processos diferentes para averiguar as autodeclarações.
Diante desse cenário, a discussão sobre a equidade no processo de avaliação para as cotas raciais na USP continua em pauta, com questionamentos sobre a transparência dos critérios adotados e a garantia da isonomia entre os candidatos. A universidade precisa lidar com os desafios e críticas em busca de aprimorar seu sistema de cotas e garantir que a política de inclusão racial seja efetiva e justa para todos os estudantes envolvidos.