O alto custo da feminilidade: como o mercado explora a mulher e inflaciona produtos direcionados a elas

Recentemente, uma questão tem sido cada vez mais evidenciada: o custo para as mulheres em diversos aspectos da sociedade. Não se trata apenas de gastos supérfluos ou consumismo desenfreado, mas sim de como o mercado capitaliza em cima do público feminino, explorando inseguranças, criando falsas necessidades e promovendo padrões inatingíveis de beleza e status social.

Essa prática, conhecida como Pink Tax ou taxa rosa, inflaciona produtos e serviços direcionados às mulheres, cobrando valores mais altos simplesmente pelo fato de serem destinados a esse público. Desde lâminas de barbear cor-de-rosa até roupas e acessórios, as mulheres acabam pagando, em média, 12,3% a mais por itens similares aos destinados aos homens.

O problema se estende desde o nascimento, com bebês meninas pagando 20% a mais por roupinhas, até a vida adulta, onde a discrepância de preços para serviços e produtos do dia a dia é evidente. Mesmo nos Estados Unidos, há estados que já têm leis proibindo essa disparidade de preços para itens semelhantes.

Um estudo realizado pelo departamento de proteção ao consumidor da cidade de Nova York em 2015 constatou que as mulheres tinham desvantagem em 30 categorias, com produtos e serviços custando até 42% a mais do que para os homens. A exploração de gênero e a taxação excessiva em produtos básicos são frequentes nessa realidade.

A discussão sobre o “custo mulher” é urgente e necessária. As mulheres não podem simplesmente optar por não adquirir produtos básicos, como absorventes, tratamentos de saúde ou itens de higiene pessoal. O mercado é que precisa se adaptar, oferecendo preços justos e acessíveis, ao invés de continuar explorando um público específico de forma indiscriminada.

É essencial ampliar o debate sobre a Pink Tax e pressionar por medidas que combatam essa prática abusiva que penaliza as mulheres financeiramente sem nenhum motivo válido. A igualdade de gênero também passa pelo direito de acesso a produtos e serviços a preços justos, independentemente do sexo.

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