Durante o evento, a deputada Yandra Moura destacou que a bancada feminina tentou fixar uma data limite para o repasse dos recursos às candidatas, porém, sem sucesso. Thamara Ribeiro, do Serviço de Ciência de Dados da Câmara, ressaltou que as candidatas muitas vezes recebem os recursos em cima da hora, o que dificulta a efetivação da campanha.
O sistema de monitoramento sobre Mulheres e Eleições, desenvolvido pela Diretoria de Inovação e Tecnologia da Informação da Câmara, permite analisar dados como gênero, cor, raça, entre outros. Desde 2021, há um incentivo adicional para os partidos terem candidaturas competitivas de mulheres e negros, visando aumentar a representatividade desses grupos.
Pesquisadores presentes também abordaram o problema das candidaturas “laranjas” utilizadas pelos partidos para burlar as cotas de gênero, além da violência política enfrentada pelas mulheres, inclusive dentro dos próprios partidos. A advogada Blenda Lara Nascimento defendeu que os recursos sejam distribuídos diretamente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às candidatas, em vez de pelas direções partidárias.
Por fim, Rosemar Soares, conselheira Municipal da Mulher em Magé (RJ), ressaltou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras na política, destacando que em seu município nenhuma mulher foi eleita vereadora até hoje. O evento evidenciou a necessidade de medidas concretas para garantir a igualdade de oportunidades e representatividade das mulheres na esfera política.
