Prefeitura de São Paulo desiste de nomear ginecologista antiaborto para cargo em hospital da zona norte capitalina

A Prefeitura de São Paulo decidiu recuar e cancelar a nomeação da ginecologista Marcia Tapigliani Baptista para o cargo de diretora do Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital paulista. A médica, conhecida por seus posicionamentos contrários ao aborto, teve sua indicação anunciada um mês após a interrupção dos procedimentos de interrupção legal de gravidez na unidade de saúde.

Marcia Tapigliani Baptista, que se define como “pró-vida” em suas redes sociais, defende veementemente a posição antiaborto, compartilhando mensagens como “Diga não para o aborto! Não há nada mais desumano do que ter sua vida arrancada”. Sua nomeação para o cargo de diretora do Hospital Cachoeirinha causou polêmica e levou a Secretaria Municipal da Saúde a reverter a decisão.

A médica, que foi candidata a deputada estadual pelo PL nas eleições de 2022 e apoiou a candidatura de Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro, foi exonerada de suas funções no Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio e nomeada para um cargo de direção no Hospital Cachoeirinha, porém a nomeação não foi oficializada.

Após a repercussão do caso, a Justiça derrubou a liminar que exigia a retomada dos serviços de aborto no Hospital. O número de pacientes que precisaram buscar atendimento em outras unidades de saúde devido à suspensão do serviço aumentou, levando o Ministério Público a questionar a prefeitura sobre possíveis irregularidades.

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que está à disposição das autoridades para esclarecimentos e negou qualquer abuso de autoridade. O episódio envolvendo a nomeação de Marcia Tapigliani Baptista tornou-se um novo capítulo na discussão sobre o direito ao aborto e a atuação dos órgãos públicos na garantia dos direitos reprodutivos das mulheres.

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