Secretário atribui fugas em penitenciária de Mossoró a falha nos protocolos de segurança, durante coletiva de imprensa.

O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, declarou em coletiva de imprensa realizada em Mossoró, na última quinta-feira (15), que as duas fugas inéditas na penitenciária federal da cidade poderiam ter sido evitadas caso os protocolos de segurança tivessem sido estritamente seguidos. Ele afirmou que a não observância dos procedimentos de segurança foi determinante para as fugas.

Durante a entrevista, o secretário evitou fornecer detalhes sobre a dinâmica das fugas e as ações de busca pelos foragidos, alegando que qualquer informação minuciosa poderia comprometer as investigações em andamento. Ele destacou que nenhuma possibilidade está descartada, sejam elas relacionadas a algum tipo de facilitação ou relaxamento por parte do sistema penitenciário.

Garcia não descartou a possibilidade de aplicação de punições caso seja identificada facilitação por parte de integrantes do sistema penitenciário. O secretário está em Mossoró desde a tarde de quarta-feira (14), atendendo à determinação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para acompanhar as ações no presídio e nas buscas pelos foragidos.

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, chamado de Deisinho. Segundo as investigações, eles possuem ligação com o Comando Vermelho. A principal suspeita é de que os presos tenham utilizado materiais de uma obra do pátio da penitenciária como instrumentos na ação.

Diante da fuga, o Ministério da Justiça e Segurança Pública suspendeu banhos de sol, visitas sociais e de advogados nos presídios federais, além de atividades de assistência educacional, laboral e religiosa. Somente os atendimentos emergenciais de saúde seguem mantidos. O afastamento da direção da penitenciária em Mossoró foi determinado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que também escalou um interventor para comandar a gestão da unidade.

O ministro Lula instruiu a Polícia Federal para efetuar o registro dos nomes dos fugitivos no sistema da Interpol, tornando-os procurados internacionalmente. Além disso, foi solicitada a revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais e mobilizada as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado para colaborar com os esforços de localização e prisão dos foragidos.

O sistema penitenciário federal busca combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade. Ao todo, existem quatro presídios federais de segurança máxima, localizados em diferentes regiões do país. A penitenciária de Mossoró, onde ocorreram as fugas, foi inaugurada em 2009 e possui capacidade para até 208 presos. A fuga inédita levou o ministro Lewandowski a enfrentar sua primeira crise à frente da pasta, apenas 13 dias após sua posse.

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