A PF afirmou que a quebra de sigilo bancário do então presidente revelou que Bolsonaro fez uma operação de câmbio de 800 mil reais em 27 de dezembro de 2022. De acordo com a PF, o ex-presidente transferiu todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, para os Estados Unidos com o objetivo de assegurar sua permanência no exterior enquanto a tentativa de golpe estava em andamento.
A investigação da PF também observa que os recursos financeiros podem ser “ilícitos e lícitos”, suspeitando que parte do montante transferido tenha sido acumulado com o “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”. Dessa forma, Bolsonaro e os demais investigados da Operação Tempus Veritatis “tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado”. Eles também estavam cientes dos ilícitos cometidos e tentavam se precaver de “eventual persecução penal” ou seja, da instalação de um inquérito e da eventual responsabilização na Justiça pela tentativa de romper com o Estado democrático de direito.
Na semana passada, a Tempus Veritatis cumpriu mais de 30 mandados de busca e apreensão, tendo como alvos aliados próximos de Bolsonaro. O ex-presidente não foi alvo de mandado de prisão, mas teve que entregar seu passaporte às autoridades.
Essa descoberta mostrou que o ex-presidente, diante do contexto político turbulento e de possíveis consequências legais, agiu de maneira preventiva e se preparou para se manter no exterior, caso necessário. A situação continua a gerar repercussão e é motivo de debate e especulação por parte da polícia federal e da população brasileira.