Duas fugas de penitenciária de segurança máxima em Mossoró levantam suspeitas sobre possível envolvimento de agentes; investigação é aberta.

Na madrugada desta quarta-feira (14), dois presos fugiram da penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, apelidado de “Deisinho”. A fuga foi constatada por agentes na manhã do mesmo dia e marcou as primeiras ocorrências do tipo em penitenciárias de segurança máxima desde a inauguração do sistema em 2006.

A Polícia Federal irá abrir uma investigação para apurar as circunstâncias da fuga e possíveis envolvimentos de agentes. Segundo informações coletadas pela Folha, a fuga ocorreu por volta das 3h e ainda não é possível afirmar se houve cumplicidade de agentes penitenciários no ocorrido.

O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, programou uma viagem a Mossoró para acompanhar a busca pelos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal está atuando nas rodovias federais na busca pelos dois homens.

As secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte anunciaram que estão realizando patrulhamento aéreo usando um helicóptero na região de Mossoró. O governo estadual, comandado por Fátima Bezerra (PT), informou que fez contato com as secretarias de Segurança Pública da Paraíba e do Ceará para a realização de ações integradas de reforço policial nas divisas entre os estados.

Enquanto isso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, está em São Paulo monitorando as ações para encontrar os fugitivos. Esta é a primeira crise de seu mandato como ministro no governo Lula (PT).

A penitenciária federal de Mossoró, inaugurada em 2009, tem capacidade para até 208 presos. Atualmente, o local é uma das cinco unidades de segurança máxima espalhadas pelo Brasil, sendo as demais localizadas em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). A prisão em Mossoró nunca havia registrado casos de fuga desde a sua inauguração. A cela onde os presos estavam será periciada como parte das investigações.

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