Vice de Bolsonaro sofre restrições devido a operação da PF; campanha à reeleição de Ricardo Nunes busca nova negociação para escolha.

A campanha para a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está passando por um momento de redefinição de estratégias após a proibição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se envolva em negociações políticas. Isso impacta diretamente na escolha do vice na chapa de Nunes, uma vez que o candidato à reeleição tem condicionado o apoio de Bolsonaro à indicação do vice.

No entanto, a situação do PL, partido de Bolsonaro, se complicou ainda mais com a prisão do presidente Valdemar Costa Neto em flagrante por posse ilegal de arma durante uma operação da Polícia Federal. Isso cria um cenário de incerteza em relação à parceria entre o Partido Liberal e o prefeito Ricardo Nunes.

A indicação do ex-presidente para o vice, o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo Ricardo Mello Araújo, tem gerado pressão de Bolsonaro, mas ainda não há uma decisão tomada sobre a vaga de vice. Nunes afirmou que é necessário considerar outros nomes, levando em conta a frente ampla de apoio que conta com dez partidos, incluindo o PP, o PSD e o Republicanos.

A estratégia do prefeito é mostrar que a “frente ampla” está ao seu lado, rebatendo a tentativa de nacionalização da disputa por parte do candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Houve uma tentativa de aproximação entre Nunes e Marta Suplicy, que deixou a Secretaria Municipal de Relações Internacionais e retornou ao PT para compor a chapa de Boulos.

A questão da vice ganhou destaque após as informations de pesquisas que apontaram a redução de votos para Nunes quando associado a Bolsonaro. Porém, o prefeito ainda precisa do apoio do PL, que detém uma grande fatia de recursos do fundo eleitoral e o maior tempo de TV no horário eleitoral gratuito.

As investigações sobre a tentativa de golpe no país têm impactado não apenas a sobrevivência do PL, mas também geraram pedidos para que a Procuradoria-Geral da República apure se o partido usou recursos partidários para financiar a abolição do Estado Democrático de Direito.

Essa situação de instabilidade política cria um cenário incerto para a corrida à prefeitura de São Paulo, com a redefinição das estratégias políticas e a possibilidade de mudança na composição das chapas eleitorais. Ainda não há um desfecho claro, mas as negociações estão em aberto e a escolha do vice se mostra como um ponto chave para definir o rumo das eleições na maior cidade do país.

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