Embora a SSP tenha afirmado que as ocorrências de roubos de carga tenham caído 4,2% em todo o estado de São Paulo em 2023 em comparação com o ano anterior, não foi dada uma explicação para o aumento das ocorrências na Baixada Santista. A SSP também informou que 51 pessoas foram presas por envolvimento em roubos de carga na região no ano passado.
A questão dos roubos de carga na Baixada Santista veio à tona recentemente com um episódio em Cubatão, onde ladrões tentaram roubar uma carga de cigarro avaliada em R$ 7,2 milhões, resultando em três mortes e 15 suspeitos presos. Segundo o sociólogo Leonardo Ostronoff, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, o roubo de cargas valiosas é uma forma atrativa para grupos criminosos obterem dinheiro vivo, principalmente pela quantidade de cargas na região do porto de Santos.
Apesar de a SSP ter reunido ocorrências de Santos e outras 23 cidades, 82% dos roubos de carga foram registrados em apenas quatro municípios: Praia Grande, São Vicente, Guarujá e Cubatão. Segundo os dados da SSP, um dos desafios para enfrentar as quadrilhas de roubo de carga é a coleta de informações precisas sobre as ocorrências, como o tipo de carga e o tamanho do comboio. Além disso, outro gargalo é o baixo índice de investigação deste tipo de crime, o que indica a necessidade de investimento em estrutura e pessoal, principalmente na Polícia Civil.
Os prejuízos causados por roubos de carga também foram significativos, com a região Sudeste do Brasil, incluindo São Paulo, totalizando R$ 966,6 milhões de um total de R$ 1,18 bilhões subtraídos no ano de 2022. Ostronoff ressalta que o setor privado tem investido em tecnologia e monitoramento como forma de proteção contra roubos, devido aos prejuízos significativos causados por esse tipo de crime.
