Para que o centro de memória se torne uma realidade, é necessário solucionar um impasse com os proprietários do imóvel, impasse esse que ocorre desde 2012. Com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a prefeitura protocolou uma ação na 4ª Vara Cível da Comarca de Petrópolis, e a primeira audiência está marcada para esta quinta-feira (1º).
De acordo com a nota publicada na quarta-feira (31), o MDHC irá disponibilizar os recursos financeiros necessários para a conclusão do processo. O ministério atua em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a prefeitura de Petrópolis para solucionar o processo de desapropriação do imóvel. Seguindo orientação do MPF, o ministério enviou um ofício à Universidade Federal Fluminense (UFF) para que a instituição participe do convênio como gestora do espaço, devido à sua expertise sobre a temática.
O secretário de governo de Petrópolis, Marcus São Thiago, afirma que desde 2012 a prefeitura busca desapropriar o imóvel, mas a falta de recursos financeiros sempre foi um obstáculo. Agora, com a ajuda do governo federal, isso se torna possível. Durante a audiência, a prefeitura pretende buscar uma solução amigável e discutir a possibilidade de um trâmite rápido.
A ex-presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Nadine Borges, considera o apoio do governo federal um passo importante, ressaltando a importância de revelar para as novas gerações o que foi a ditadura militar. Ela também destaca a necessidade de abrir os arquivos das Forças Armadas para que se saiba quem foram as pessoas torturadas e desaparecidas na casa de Petrópolis.
Portanto, o apoio do governo federal e a ação conjunta entre governo e sociedade civil representam um avanço importante na preservação da memória e na garantia de que os horrores da ditadura militar jamais se repitam.