Empresário da Havan é condenado a pagar R$ 85 milhões por coação eleitoral para votar em Bolsonaro.

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 85 milhões por coagir funcionários a votarem no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018. A decisão foi proferida pela 7º Vara do Trabalho de Florianópolis e considerou que Hang “violou a privacidade e a intimidade dos seus subordinados”.

De acordo com a decisão, o juiz Carlos Alberto Pereira de Castro afirmou que a empresa de Hang colocou “em xeque” os contratos de trabalhos dos seus empregados, caso Bolsonaro perdesse as eleições presidenciais, como uma forma de coagir os funcionários a votarem no ex-presidente. Além disso, determinou que a empresa deverá pagar uma indenização de R$ 500 mil por assédio eleitoral, e também uma indenização de dano moral individual de R$ 1 mil para todos os funcionários que trabalhavam na rede de lojas até o dia 1º de outubro de 2018.

Hang afirmou que vai recorrer da decisão e negou irregularidades na sua rede de lojas durante o período eleitoral de 2018. Segundo o empresário, na época dos acontecimentos foram feitas diversas perícias nomeadas pela própria Justiça do Trabalho e nada ficou comprovado, não havendo, portanto, irregularidades. Ele afirmou que a ideia do juiz seguiu sua própria ideologia e que mais uma vez o empresário está sendo colocado como bandido.

Em 2018, o Ministério Público do Trabalho (MPT) apresentou uma denúncia contra Hang por ter ameaçado fechar as suas lojas caso o ex-presidente Jair Bolsonaro perdesse as eleições para o então candidato do PT Fernando Haddad. O MPT também disse que o empresário fez com que os seus funcionários tivessem que responder questionamentos internos sobre qual dos presidenciáveis iriam votar.

Este não é o primeiro problema legal enfrentado por Hang em relação à sua empresa e a política. No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou o dono da Havan inelegível por oito anos por ter utilizado a estrutura da empresa para influenciar o resultado das eleições municipais de 2020 em Brusque, no interior de Santa Catarina.

Diante disso, o empresário continua enfrentando desafios legais e alega que não houve irregularidades em nenhuma das situações citadas. Independentemente do resultado deste caso específico, parece que Luciano Hang e sua rede de lojas continuarão enfrentando batalhas judiciais relacionadas à interferência nas questões políticas.

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