Atual ocupante da presidência temporária do G20, o Brasil fica para trás quando o assunto é segurança pública, de acordo com um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O Panorama da competitividade dos países do G20 Brasil 2024 coloca o país na 25ª posição em uma lista de 27 nações, superando apenas México e África do Sul.
Segundo a pesquisa, que analisa dados de 18 países que formam o G20 e de oito convidados para participar de diálogos e discussões, o Brasil apresentou um percentual de 48% da população que se sente segura ao andar à noite sozinha na região em que mora, e uma taxa de 22,38 homicídios por 100 mil habitantes. O estudo tem como referência metas estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar dos números preocupantes, é destacado que a segurança pública é um fator de competitividade para a atração e retenção de indústrias no país. A falta de segurança pode impactar negativamente na geração de emprego e renda em determinadas localidades, o que dificulta a atração de investimentos.
O estudo também ressalta a necessidade de ações amplas, planejadas e integradas entre todas as esferas de governo para enfrentar o desafio da segurança pública no Brasil. Isso inclui a conscientização da população sobre a compra de produtos contrabandeados e a implementação de regulamentações para inibir o mercado ilegal e favorecer o mercado formal.
Enquanto a segurança pública é um desafio para o Brasil, o país se destaca positivamente no ranking de oportunidades de transição energética, ficando apenas atrás da Noruega. A capacidade de geração elétrica composta por fontes renováveis e a diversificação da matriz energética são exemplos apontados como positivos no estudo.
A pesquisa da Firjan teve o intuito de elaborar diagnósticos de oportunidades e desafios para serem abordados em reuniões de entidades participantes do G20 sob a presidência brasileira. Diversos eventos de diálogos serão realizados ao longo deste ano, com foco em assuntos prioritários do governo brasileiro, como o combate à fome, à pobreza e à desigualdade. As reuniões de cúpula dos chefes de Estado e de governo estão previstas para novembro, com o objetivo de propor alternativas e compartilhar experiências de sucesso.
O estudo da Firjan visa apresentar um panorama das áreas em que o Brasil se destacou e teve sucesso em suas políticas, assim como apontar as áreas que precisam de reflexão e avanços importantes, como é o caso da segurança pública.