O monitoramento teria sido feito sem autorização judicial, por meio da ferramenta First Mile, utilizada para a geolocalização de dispositivos móveis. Ramagem foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, deixando o cargo em março de 2022. As suspeitas levantadas contra o deputado foram comentadas pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que sugeriu que a operação seria uma perseguição devido à ligação com Bolsonaro.
Além disso, a utilização irregular do sistema de geolocalização já havia sido denunciada à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por operadoras de telefonia. A Anatel confirmou que há três processos a respeito do assunto em andamento, mas que os documentos estão com restrições de acesso de acordo com hipóteses previstas na legislação.
A Operação Vigilância Aproximada cumpre 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares que incluem a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Ao todo, 18 diligências de busca e apreensão estão sendo cumpridas em Brasília, uma em Juiz de Fora (MG), uma em São João Del Rei (MG) e uma no Rio de Janeiro. A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
Em outubro de 2023, a Abin informou que sua Corregedoria-Geral havia concluído, em fevereiro, o processo de correição extraordinária sobre o sistema de geolocalização usado por servidores do órgão. E que, em março, instaurou uma sindicância investigativa interna para apurar se o sistema, adquirido em 2018, foi utilizado de forma irregular. O Ministério Público Federal também abriu um procedimento para apurar a denúncia sobre o uso irregular do sistema e a PF instaurou um inquérito para averiguar o caso.
Até o momento, a defesa de Alexandre Ramagem não foi contatada para comentar sobre as acusações. A situação está em andamento e novas atualizações poderão ser divulgadas em breve.