Professores temporários em Santa Catarina são ameaçados de demissão por aderirem à greve, denuncia Sindicato de Educação.

Professores da rede pública estadual de Santa Catarina estão enfrentando ameaças de demissão caso optem por aderir à greve que teve início em 23 de abril. Segundo relatos, as ameaças estão sendo feitas por diretores de escolas ou profissionais ligados ao governo Jorginho Mello (PL), que ocupam cargos de chefia na rede educacional.

O Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) tem recebido denúncias de professores temporários que afirmam estar sofrendo pressões para não aderir à paralisação. A entidade considera ilegal a dispensa por causa da greve e está apurando todos os casos que chegam até ela.

A Secretaria de Educação, questionada sobre as demissões em decorrência da greve, informou que fará descontos nos salários dos grevistas e contratará profissionais temporários para garantir a continuidade das aulas. Segundo a pasta, a medida de desconto nos salários é justificada pela suspensão do vínculo funcional dos professores em greve.

A divergência em relação ao número de profissionais que aderiram à greve também é um ponto de destaque. Enquanto o governo afirma que quase 90% dos professores seguem trabalhando, o Sinte-SC aponta que 40% do quadro do magistério aderiu à paralisação.

Entre as reivindicações dos grevistas estão a realização de concurso público, reajuste salarial (sem aumento desde 2021), descompactação salarial para diferenciar vencimentos de profissionais com mais tempo de carreira, e o fim do desconto previdenciário nos salários dos aposentados.

O governo informou que um concurso público está previsto para junho deste ano, com a contratação de cerca de 10 mil profissionais. No entanto, quanto às demandas salariais, o governo alega que a descompactação da folha de pagamento é inviável no momento, custando R$ 4,6 bilhões e violando a Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, alega que as reivindicações por reposição salarial baseadas em perdas inflacionárias não se sustentam diante dos dados financeiros da educação no estado.

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