O paciente que passou pelo procedimento é um jovem de 21 anos que sofreu uma amputação em 2021 devido a um acidente. A endoprótese utilizada na cirurgia foi doada por uma empresa privada e permite a integração entre a prótese e o coto remanescente do membro inferior. De acordo com o Dr. Souza, cerca de metade dos pacientes que utilizam próteses convencionais não se adaptam ao equipamento, o que torna a técnica de osseointegração uma solução importante para esse grupo.
A cirurgia, realizada em 10 de janeiro, contou com a participação de toda a equipe de Ortopedia do HEMC. O Dr. Souza destacou a importância do trabalho em conjunto e do suporte da equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, enfermeiros, protesistas, fisiatras e psicólogos para garantir o sucesso do procedimento e o rígido cumprimento do protocolo de reabilitação pós-cirúrgico.
A técnica de osseointegração consiste em criar uma união estável entre o osso e uma superfície de titânio, permitindo uma ancoragem suficiente do tecido ósseo para suportar uma carga funcional. Apesar dos benefícios, o paciente precisa estar ciente de que terá um implante exteriorizado para o resto da vida, o que implica em riscos de infecção, mas os benefícios compensam todo o cuidado necessário.
Além do benefício direto ao paciente, a cirurgia de osseointegração realizada no HEMC é objeto de estudo acadêmico, com a equipe de Ortopedia do hospital e a disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Centro Universitário FMABC colaborando para a produção de um artigo científico. A cirurgia, que não gerou custos ao hospital devido à doação da endoprótese, estabelece um marco na medicina ortopédica da região, reforçando o compromisso da Fundação do ABC com a inovação médica e a excelência no cuidado aos pacientes.
A técnica de implante intraósseo é relativamente nova e tem sido utilizada com mais frequência na Austrália. Para ser apto ao procedimento, o paciente deve atender a alguns critérios, como não ter problemas vasculares, não ser fumante, não ter histórico de infecções recentes ou radioterapias, além de não possuir peso corporal superior a 110kg.
A iniciativa marca um avanço importante na área da medicina ortopédica no Brasil e reflete o compromisso do HEMC e da Fundação do ABC em permanecer na vanguarda da inovação, visando sempre o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes.