Famílias de crianças com neuroblastoma aguardam decisão sobre inclusão de medicamento de alto custo no SUS

Crianças com neuroblastoma podem ter acesso a medicamento de alto custo pelo SUS
O laboratório farmacêutico Recordati submeteu esta semana o medicamento betadinutuximabe, que tem o nome comercial Qarziba, à avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Caso aprovado, o remédio será incorporado ao sistema público e atenderá crianças com neuroblastoma, um tipo de tumor maligno.

O prazo para a análise da proposta pela Conitec é de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias. A estimativa é de que surgem 387 novos casos de neuroblastoma por ano no Brasil, sendo pelo menos metade desses considerados neuroblastoma de alto risco.

O medicamento é recomendado para crianças a partir dos 12 meses que já foram tratadas com quimioterapia e alcançaram pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células-tronco. Além disso, o remédio também é indicado para pacientes com histórico de recidiva ou que apresentam neuroblastoma refratário, com ou sem doença residual.

A imunoterapia anti-GD2, como é o Qarziba, foi utilizada em estudos clínicos em mais de mil pacientes em 18 países desde 2009. Segundo o laboratório, o medicamento não apenas melhora a sobrevida, como também reduz o risco de falha nos tratamentos anteriores.

O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer infantil mais recorrente e representa de 8% a 10% de todos os tumores infantis. Familias de crianças com neuroblastoma têm enfrentado dificuldades para acessar medicamentos de alto custo, muitas vezes recorrendo a vaquinhas para arrecadar os recursos, já que o pedido a planos de saúde ou à rede pública por meio da Justiça é demorado. O ministério da Saúde informou que está acompanhando e apoiando com máximo interesse as pesquisas e avanços tecnológicos para tratamentos que podem ser incorporados ao SUS. Até o momento, nenhuma empresa havia solicitado a incorporação de um novo medicamento para tratamento de neuroblastoma no SUS.

O laboratório Recordati reafirmou o compromisso de construção para o acesso público pleno do medicamento e defendeu que o Qarziba é recomendado por agências internacionais de avaliação de tecnologias de saúde para o tratamento de pacientes com neuroblastoma de alto risco. A empresa também destacou que, no Brasil, o medicamento foi autorizado pela Anvisa em 2021, porém sem aprovação da Conitec, o tratamento só é possível na rede privada.

Os avanços na ciência têm trazido melhorias significativas nos tratamentos das crianças com neuroblastoma, destacando a importância de que novos medicamentos sejam disponibilizados pelo sistema público de saúde para garantir a todos o acesso aos tratamentos necessários.

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