As estações de metrô também não escaparam dessa onda, sendo que muitas já estão com nomes de grandes lojas, o que reflete um processo muito maior de privatização da democracia e amplia as desigualdades. Desde os anos 1990, as grandes empresas têm aumentado sua influência sobre os processos políticos, resultando em uma economia fora do controle dos governos nacionais, nas mãos de um número cada vez menor de grupos econômicos que prezam por seus interesses e privilégios.
Com isso, as empresas, bancos e fundos de investimento têm maior influência nas decisões de leis, políticas públicas e licitações, dificultando a garantia dos direitos dos movimentos sociais, ONGs, comunidades e da própria população. Esse desequilíbrio é conhecido como privatização da democracia e gera impactos variados e perversos na sociedade, como custos políticos, sociais, econômicos, ambientais e culturais.
O combate às desigualdades em nossas cidades requer muito mais do que garantir políticas públicas para os mais pobres. Enquanto valorizarmos as relações com o setor privado em detrimento do fortalecimento das agências e organizações públicas, o resultado será uma sociedade cada vez mais baseada no privilégio de poucos, e a desigualdade só tende a piorar.
Portanto, é necessário repensar as políticas de privatização em São Paulo e garantir que os serviços e equipamentos públicos continuem a atender às necessidades da população, sem a influência desproporcional do setor privado. A discussão sobre esse tema é crucial para o futuro da cidade e o bem-estar de seus cidadãos. A cidade é de todos, e é essencial que os interesses da população sejam priorizados em todas as decisões relacionadas à privatização e concessões públicas.