Aumento da frequência de chuvas intensas no Rio preocupa autoridades e cientistas devido ao impacto do aquecimento global.

A intensificação da frequência de chuvas intensas na cidade do Rio de Janeiro tem chamado a atenção das autoridades e especialistas. Um levantamento feito pelo Sistema Alerta Rio, órgão de previsão meteorológica do Centro de Operações Rio (COR), revelou que nos últimos anos o número de dias com chuva muito forte aumentou de forma significativa. De acordo com os dados, desde 1997 foram registrados 175 dias com chuvas intensas entre dezembro e abril. Desses, 101 ocorreram a partir de 2010, o que representa uma média de 7 dias de chuvas fortes por ano nos últimos 13 anos, comparado a uma média de 5 dias por ano nos 13 anos anteriores.

O volume de chuva considerado forte pelo Sistema de Alertas do Rio é acima de 50,1 milímetros em uma hora, capaz de provocar alagamentos e tragédias. Além disso, o levantamento revelou que entre 1997 e 2009, apenas o ano de 1998 teve mais de dez dias com chuva muito forte, totalizando 13 dias. Já no período entre 2010 e 2023, cinco anos registraram mais de dez dias com chuvas intensas.

De acordo com a meteorologista Juliana Hermsdorff, estudos climáticos de grandes centros mundiais de meteorologia já comprovam o aumento da frequência de eventos climáticos extremos em diversas regiões do mundo. Os dados deste verão ainda não foram fechados, mas o verão 2022/2023 atingiu o 4.º maior acumulado da série histórica para o mês de fevereiro, com 222,4 mm de chuva.

A tempestade do último final de semana resultou em 12 mortos na capital e na Baixada Fluminense, deixando quase 600 desalojados. Como resultado, sete municípios, incluindo a cidade do Rio, devem ser colocados em situação de emergência, com a homologação do decreto reconhecida pela União. O governo estadual está cadastrando as famílias afetadas para receberem o Cartão Recomeçar, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única.

O governador Cláudio Castro, que antecipou o fim de suas férias para retornar ao Rio de Janeiro após a crise, atribuiu a situação ao “novo normal” climático. Ele destacou que a realidade atual exige que o Estado e as cidades sejam cada vez mais resilientes diante de eventos extremos. As autoridades municipais e estaduais estão tomando medidas para amenizar as consequências das chuvas intensas, como o acionamento de sirenes de Defesa Civil e o deslocamento de equipes para atender aos afetados.

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