O Brasil, por sua vez, só incluirá a vacina no calendário nacional no mês que vem. A previsão é de que cerca de 3,1 milhões de pessoas sejam vacinadas neste primeiro ano da campanha, já que a Takeda conseguirá entregar cerca de 6,2 milhões de doses em 2024. Dessas, 1,2 milhão serão doadas e 5 milhões serão adquiridas por meio de contrato de compra. Vale ressaltar que o esquema vacinal completo envolve duas doses.
A primeira dose da vacina foi aplicada em Francisleine Costa, mãe do adolescente Julio Cesar da Costa, de 15 anos, que faleceu em 2023 vítima da dengue. “Meu filho foi enterrado no dia do aniversário. Agora a vacina veio e eu estou fazendo campanha para que todos se vacinem para que não passem pela mesma dor. Estou contente por Dourados ser a primeira cidade a prestar esse serviço ao público”, disse emocionada.
A gestão municipal relatou alta procura no primeiro dia de imunização, e inicialmente foram distribuídas 90 mil doses do imunizante. No entanto, a Takeda garantiu o oferecimento de 150 mil doses, o que será suficiente para vacinar todos os douradenses entre 4 e 59 anos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil foi o país com maior incidência de casos de dengue em 2023, totalizando 2,9 milhões de casos até 11 de dezembro. Diante desse cenário, o Brasil se prepara para um aumento de casos da doença neste ano e, por isso, adotará a aplicação da vacina de forma geral, algo inédito no mundo.
A OMS também alertou para o aumento dos casos graves da dengue. No Brasil, foram registrados 1.474 casos da versão hemorrágica, que pode levar à morte. A entidade destacou que a crise climática tem contribuído para a disseminação da doença, permitindo que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, sobreviva em ambientes onde anteriormente isso não ocorria.
Nesse contexto, a vacinação em massa contra a dengue em Dourados representa um marco na luta global contra a doença. Com essa iniciativa, espera-se que a cidade sirva de exemplo e motive outras localidades a adotar medidas eficazes para combater a proliferação do mosquito transmissor e, consequentemente, reduzir a incidência da dengue. A parceria entre a prefeitura, a Takeda e a UFMS é um exemplo de como a união entre setor público, privado e acadêmico pode trazer benefícios concretos para a população.
