Brasil continua entre os 20 piores países do mundo em matemática, indica relatório do Pisa 2022.

O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira os resultados da edição 2022 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mede o aproveitamento em matemática, leitura e ciências de jovens de 15 anos em mais de 80 países a cada 3-4 anos. De acordo com o relatório, as pontuações brasileiras tiveram pequenos decréscimos, estatisticamente não significativos, em todas as áreas avaliadas. Em matemática, que era o foco desta edição, o Brasil alcançou 379 pontos, ante os 384 pontos conquistados na edição de 2018.

A pandemia teve impacto nocivo no cenário da educação em todo o mundo, especialmente em matemática, refletindo-se em quedas abruptas das pontuações no Pisa, principalmente entre os países mais avançados. No caso do Brasil, com grande parte da população em situação de vulnerabilidade socioeconômica e um sistema educacional frágil, especialmente na rede pública, que atende a maioria da população, havia fortes razões para temer um resultado ainda pior.

O relatório mostrou que o Brasil continua entre os 20 piores países do mundo em matemática, ocupando a 65ª posição. Além disso, 73% dos jovens brasileiros ficam abaixo do nível 2 do Pisa, considerado necessário para o exercício da cidadania. Esse percentual é muito superior ao observado nos países mais avançados, reunidos na OCDE, onde apenas 31% dos jovens não atingem o nível mínimo.

Um estudo realizado pelo Iede em parceria técnica com o Impa apontou que, aos 15 anos, os jovens brasileiros estão, em média, três anos atrasados em relação aos seus pares nos países desenvolvidos. Essa defasagem é ainda mais acentuada nas escolas que atendem a população de baixa renda. O estudo também identificou que a cor/raça e, em menor grau, o gênero, são fatores importantes que influenciam o desempenho dos estudantes.

Apesar disso, o estudo do Iede ressaltou a importância das olimpíadas do conhecimento, como a Obmep, na melhoria do desempenho dos estudantes. As escolas que participam ativamente da Obmep apresentam melhores resultados em avaliações como o Saeb e o Enem, além de terem taxas mais baixas de reprovação e uma porcentagem maior de professores com formação adequada ao ensino da disciplina.

Os resultados do Pisa refletem a urgência em buscar soluções para melhorar o ensino da matemática no Brasil, especialmente nas escolas que atendem a população de baixa renda. Investir em formação de professores e incentivar a participação em olimpíadas do conhecimento podem ser estratégias eficazes para promover a melhoria do desempenho dos estudantes brasileiros.

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