Estado de emergência decretado em Maceió após risco de colapso em mina da Braskem preocupa moradores e autoridades.

Maceió enfrenta situação de emergência devido a risco de colapso em mina de sal-gema

Uma parte dos moradores de Maceió vive dias de tensão desde a última quarta-feira (29), quando a prefeitura da capital alagoana decretou situação de emergência devido ao iminente colapso em uma das minas de sal-gema exploradas pela petroquímica Braskem no bairro do Mustange. Esta é apenas mais um capítulo de uma história que se arrasta desde 2018, quando afundamentos foram registrados em cinco bairros, levando à retirada de cerca de 60 mil residentes de suas casas.

O risco de colapso em uma das 35 minas de responsabilidade da Braskem vem sendo monitorado pela Defesa Civil de Maceió, que detectou o avanço no afundamento do solo como um indicativo do possível desabamento da área. A petroquímica confirmou que tal colapso poderia gerar um tremor de terra e abrir uma cratera maior do que o estádio do Maracanã, trazendo consequências incertas para a região. O governo federal também acompanha de perto a situação.

A mina em questão é de sal-gema, uma jazida subterrânea formada a partir da evaporação de porções do oceano há milhares de anos, o que a torna acompanhada de uma variedade de minerais. O sal-gema é utilizado não apenas na indústria alimentícia, mas também na indústria química, sendo essencial na produção de diversos produtos de uso cotidiano, como soda cáustica, ácido clorídrico, sabão, detergente e pasta de dente.

Além disso, a exploração de sal-gema em Maceió não é um processo recente, remontando à década de 1970 com a estatização e posterior privatização da empresa responsável. Atualmente, a Braskem, controlada pelo Grupo Novonor e com participação acionária da Petrobras, desenvolve atividades não apenas no Brasil, mas também em outros países como Estados Unidos, México e Alemanha.

O problema em Maceió teve início com o vazamento de uma solução líquida utilizada na exploração das minas, que deixou buracos na camada de sal e levou à instabilidade no solo, culminando com tremores de terra em 2018 e afundamentos nos bairros da região. Em resposta, a Braskem anunciou o fim da exploração das minas em 2019 e já pagou R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes afetados. Entretanto, uma parcela dos atingidos busca reparação através de processos judiciais e o caso é discutido em ações movidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

É importante ressaltar que a exploração de sal-gema, assim como de outros minerais, requer licenciamento ambiental e é fiscalizada no Brasil pela Agência Nacional de Mineração (ANM). No mercado internacional, o Brasil é um ator relevante, embora outras nações como China, Índia e Estados Unidos possuam produção muito mais robusta. A situação em Maceió é um exemplo dos riscos e impactos associados à exploração mineral, que demandam uma cuidadosa regulação e monitoramento por parte das autoridades competentes.

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