Presidente da Enel Brasil deixa o cargo após crise de falta de luz em São Paulo, e nova liderança é anunciada.

O presidente da concessionária de energia Enel, Nicola Cotugno, deixará o comando da empresa. Ele estava à frente do braço nacional da companhia desde 2018. A informação foi publicada pela CNN Brasil nesta quinta-feira (23) e confirmada pela Folha.

A saída de Cotugno acontece dias depois do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) pedir o cancelamento de contrato com a Enel, após sucessivos problemas de falta de luz registrados na cidade.

Após um temporal que deixou 2,1 milhões de clientes da empresa, em 24 cidades da região metropolitana de São Paulo, sem energia —parte deles até por uma semana, a empresa enfrentou críticas em relação à demora na religação da energia. Cotugno rebateu as críticas, argumentando que houve um evento extraordinário que dificultou a resposta à emergência. Ele afirmou que a resposta à emergência foi dificultada pela enorme quantidade de árvores que caíram, forçando a empresa a trocar postes e reconstituir quilômetros de rede.

A Enel afirmou que a saída de Cotugno foi decidida em reuniões do conselho em outubro, antes dos problemas de falta de luz registrados na cidade. Nicola Cotugno trabalhou por 18 anos na empresa, conforme informações divulgadas pela concessionária.

Em nota, a Enel informou que o novo presidente será Antonio Scala. Guilherme Gomes Lencastre assumirá a posição de forma interina enquanto acontecem os trâmites administrativos necessários para a nomeação de Scala.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afastou a correlação entre a saída de Nicolas Cotugno e os apagões com as chuvas no começo de novembro. A Enel assumiu a concessão da distribuição de eletricidade na região metropolitana de São Paulo em 2018, e desde 2019, o lucro dobrou e foi reduzido em 35% o número de colaboradores.

No Brasil, a Enel lidera o ranking das maiores distribuidoras de energia, com concessões em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Ceará. A empresa também ocupa posições ruins no ranking de qualidade do atendimento elaborado anualmente pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A Enel São Paulo mostra evolução nos indicadores de frequência e duração de interrupções de energia desde 2019, e destacou que investiu R$ 6,7 bilhões entre 2018 e 2022, maior marca da história da empresa. A média de mais de R$ 1,3 bilhão por ano é superior aos cerca de R$ 800 mil investidos anualmente nos cinco anos antes da compra da distribuidora.

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