Em sua manifestação, Nogueira citou diversas ações consideradas absurdas pelo agronegócio, incluindo a ameaça de suspensão do Cadastro Ambiental Rural, o confisco de gado pelo Ibama e a exclusão de imóveis da “lista positiva” do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, a bancada do agronegócio criticou a portaria do ministério que poderia aumentar as competências do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e tornar mais complexo o licenciamento ambiental para o setor.
No entanto, Marina Silva defendeu a atuação do ministério, destacando o foco no combate a ilegalidades praticadas por uma minoria do setor agropecuário. Ela reforçou o respeito pelo agronegócio, citando esforços de modernização tecnológica e ações recentes do governo em apoio ao setor, como o Plano Safra focado na transição para a agricultura de baixo carbono. A ministra também fez questão de enfatizar o compromisso do Brasil com a sustentabilidade econômica e socioambiental, comemorando a redução de 49% no desmatamento da Amazônia entre janeiro e outubro.
Além disso, Marina anunciou um evento paralelo durante a COP-28, com o objetivo de debater a agropecuária sustentável em parceria com a Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), também se pronunciou, criticando as “políticas autofágicas” do governo. No entanto, Lupion reconheceu a relação cordial da frente com o Ministério do Meio Ambiente e apostou em possíveis convergências.
Com as cobranças e posicionamentos apresentados durante a audiência, o debate entre o Ministério do Meio Ambiente e a bancada do agronegócio segue em destaque, sobretudo em meio aos esforços do governo para combater as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade. As discussões terão continuidade, especialmente com a realização da COP-28, que se aproxima e promete trazer à tona importantes questões ambientais e agrícolas para o Brasil.