Integrante do Comando Vermelho visita ministério da Justiça, diz Moro

Após a revelação de que uma integrante do Comando Vermelho teve reuniões com quatro assessores do ministro Flávio Dino, o senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil-PR) se pronunciou, afirmando considerar “muito estranho” que pessoas ligadas a organizações criminosas se sintam confortáveis em visitar o atual Ministério da Justiça. Moro destacou que tal situação gera preocupação e ressaltou a importância de revelar as pautas das reuniões e se algo concreto foi realizado a partir desses encontros.

A visitante em questão é Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, e é esposa do traficante Tio Patinhas. Ela teve reuniões com autoridades do Ministério da Justiça, apresentando-se como presidente de uma ONG que atua com direitos humanos de presos, apesar de ter sido condenada a 10 anos de prisão por associação com o tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Moro também pontuou que, quando estava ministro da Justiça, a Pasta costumava fazer o controle de quem ingressava no prédio, o que não parece ter sido feito no atual governo. Ele questionou o porquê de pessoas ligadas a grupos criminosos se sentirem à vontade em fazer essas visitas e chamou a atenção para a falta de cuidado do governo atual em fazer um crivo sobre quem comparece nas reuniões.

Além disso, o ex-ministro da Justiça afirmou que o Ministério precisa adotar uma política pública rigorosa contra as organizações criminosas e rever completamente os seus procedimentos. Nas redes sociais, Moro ironizou a situação, dizendo que em sua época no Ministério da Justiça, criminosos iam direto para o presídio federal.

A reportagem também procurou os ex-ministros Raul Jungmann e Eugênio Aragão para comentar a situação, mas eles não se manifestaram. Jungmann explicou que está presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e, por isso, optou por não comentar. Já Aragão afirmou que “não vai querer me manifestar” e destacou que “fica ruim para mim falar de falhas na gestão Dino”.

Essa revelação traz à tona questionamentos sobre a segurança do Ministério da Justiça e levanta preocupações sobre a influência de pessoas ligadas a organizações criminosas nessas esferas do poder. A falta de transparência em relação às pautas das reuniões e à identidade das pessoas que frequentam o Ministério levanta sérias dúvidas sobre a eficácia e a responsabilidade das autoridades atuais em lidar com a criminalidade e garantir a segurança pública.

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