Senado aprova reserva de vagas em concursos públicos para pretos, pardos, indígenas e quilombolas por mais 10 anos; projeto segue para a Câmara dos Deputados.

O Senado aprovou nesta quarta-feira (22) um projeto de lei que estabelece a reserva de vagas em concursos públicos para pretos, pardos, indígenas e quilombolas pelos próximos dez anos. A votação foi acompanhada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e agora o projeto segue para votação na Câmara dos Deputados.

A lei que prevê as cotas foi sancionada em 2014 e tinha validade por uma década. No entanto, o novo projeto precisa ser aprovado pelas duas Casas legislativas até o dia 9 de junho deste ano para que a reserva de vagas seja mantida.

O texto aprovado estabelece que concursos públicos e processos seletivos de órgãos públicos devem aumentar a cota racial de 20% para 30%. Além disso, as cotas agora incluem não apenas a população negra (pretos e pardos), mas também indígenas e quilombolas.

Os candidatos inscritos podem concorrer às vagas reservadas e também às da ampla concorrência simultaneamente. Caso sejam aprovados na ampla concorrência, não constarão na classificação das vagas de reserva.

O projeto prevê regras e critérios para a confirmação da autodeclaração dos candidatos, com padronização em todo o país e levando em conta características regionais. Se a autodeclaração for rejeitada, o candidato poderá concorrer às vagas da ampla concorrência, exceto em casos de suspeita de fraude ou má-fé.

Após o prazo de dez anos, a política de reserva de vagas em concursos públicos para pretos, pardos, indígenas e quilombolas deverá passar por uma nova revisão. A votação do projeto ocorre em um momento crucial, próximo à realização do Concurso Nacional Unificado (CNU), que foi adiado devido às enchentes no Rio Grande do Sul.

Assim, a discussão do tema ganha destaque no cenário político e o desfecho na Câmara dos Deputados será decisivo para definir as políticas de inclusão racial nos concursos públicos nos próximos anos.

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