Secretário defende compensação ambiental para comunidades quilombolas na preservação do meio ambiente

O secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial, Ronaldo dos Santos, fez um pronunciamento nesta terça-feira (7) sobre a importância do reconhecimento da atuação dos quilombolas na preservação ambiental no Brasil. Segundo ele, as comunidades quilombolas, caracterizadas por adotarem métodos de produção coletiva, tradicionais e com uso sustentável da terra, desempenham um serviço ambiental crucial e merecem uma compensação adequada por isso.

Durante uma entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ronaldo dos Santos destacou a preservação do meio ambiente realizado pelas comunidades quilombolas nos diversos biomas brasileiros. Em tempos de emergência climática, a conservação dos ecossistemas é fundamental, e as comunidades quilombolas desempenham um papel significativo nesse aspecto.

Um estudo revelou que em 16 países latino-americanos, incluindo o Brasil, 205 milhões de hectares têm a presença de povos afrodescendentes. Nessas áreas, 77% do território têm cobertura natural vegetal, sendo considerados hotspots de biodiversidade, ou seja, locais com grande diversidade natural e que devem ser preservados. A pesquisa foi elaborada pela Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), o Processo de Comunidades Negras da Colômbia, o Observatório dos Territórios Étnicos e Camponeses da Universidad Javeriana e a Organização Rigths Resources.

Ronaldo Santos também mencionou que uma das prioridades do governo federal é agilizar a titulação de territórios das comunidades remanescentes de quilombos. Neste ano, foram entregues títulos de cinco imóveis a três comunidades – Brejo dos Crioulos, em Minas Gerais, e Lagoa dos Campinhos e Serra da Guia, em Sergipe – que aguardavam há mais de 20 anos pela regularização. Mais de 663 famílias, totalizando mais de 3.315 pessoas, foram beneficiadas, de acordo com informações do Ministério da Igualdade Racial.

Diante dessa necessidade, um grupo de trabalho foi criado para definir metas e ações relacionadas à titulação dos territórios das comunidades quilombolas. Movimentos e organizações quilombolas estimam que há mais de 1.800 processos em aberto de titulação de territórios, revelando a urgência dessa questão.

Portanto, a atuação e preservação ambiental das comunidades quilombolas no Brasil são de extrema importância e merecem o reconhecimento e apoio por parte do Estado.

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