Fumaça das queimadas encobre Amazonas há 2 meses, obrigando população a usar máscaras durante a pandemia de covid-19

A fumaça proveniente das queimadas na região amazônica já dura dois meses, cobrindo a maior parte da região e forçando a população a retomar o uso de máscaras. A situação tem piorado a qualidade do ar na região e está causando um grande impacto na saúde respiratória da população local.

Segundo informações do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a concentração de fumaça na região tem atingido níveis historicamente altos, levando a um aumento no número de atendimentos médicos relacionados a doenças respiratórias. A situação tem preocupado a população local, que tem enfrentado desafios diários para se proteger dos efeitos da fumaça tóxica.

A estudante Raely Cardoso, asmática, relata que enfrentou crises devido à fumaça antes mesmo dela atingir a capital. Ela conta que o uso de máscaras tem sido uma medida paliativa, mas que em alguns momentos parece não adiantar. A situação também tem afetado profissionais que atuam ao ar livre, como o psicólogo esportivo Matheus Vasconcelos, que relata a necessidade de usar máscara para realizar suas atividades.

Os médicos pneumologistas da região alertam para os impactos da exposição prolongada à fumaça, que pode levar a sintomas como tosse, falta de ar, irritação na garganta e outros problemas respiratórios. No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas afirmou que não há registro de aumento nos atendimentos nos últimos dias e que as unidades de atendimento estão preparadas para lidar com a situação.

Os números de focos de incêndio na região também têm batido recordes, com um total de 3.858 focos registrados somente no mês de outubro. As áreas mais afetadas são nos municípios de Careiro, Autazes e no Sul do Estado. O governo do Amazonas atribui a fumaça a queimadas no Pará, afirmando que a situação tem impactado diversos municípios da região.

Diante da crise ambiental, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu a aprovação do Projeto de Lei 1.818/2022, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Segundo ela, a aprovação do projeto ajudaria a melhorar a gestão dos Estados e municípios para evitar situações como a atual. O projeto prevê medidas para disciplinar o uso do fogo no meio rural e substituí-lo gradualmente por outras técnicas, além de criar instâncias intergovernamentais para gerenciar respostas a incêndios em vegetações. A situação na Amazônia continua a preocupar autoridades e a população local, que aguarda ações mais efetivas para conter os efeitos das queimadas na região.

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