Libertação de reféns em Gaza está condicionada a cessar-fogo, declara autoridade do Hamas

Autoridade do Hamas condiciona libertação de reféns em Gaza a cessar-fogo em guerra aérea com Israel

Uma autoridade do Hamas afirmou que a libertação dos reféns mantidos em Gaza está vinculada a um cessar-fogo na guerra aérea entre Israel e o grupo militante que controla o enclave. Os ataques israelenses tiveram início em 7 de outubro, como resposta a um ataque sem precedentes de membros do Hamas, resultando na morte de 1,4 mil pessoas.

Israel tem sinalizado a preparação para uma invasão terrestre, porém, tem sido pressionado pelos Estados Unidos e países árabes a adiar tal operação, devido ao potencial aumento do número de vítimas civis na Faixa de Gaza, uma área densamente povoada, além de possivelmente desencadear um conflito mais amplo.

Em retaliação aos ataques às forças dos EUA por milícias apoiadas pelo Irã em Gaza, dois caças norte-americanos atingiram instalações de armas e munição na Síria na sexta-feira passada.

Uma pesquisa de opinião realizada recentemente revelou que quase metade dos israelenses deseja adiar uma invasão terrestre, com receio de um provável destino dos cerca de 224 reféns mantidos em Gaza. Segundo informações do jornal russo Kommersant, um membro do Hamas afirmou que é necessário tempo para localizar e libertar os reféns levados por várias facções palestinas no ataque do Hamas em 7 de outubro.

O Hamas já libertou quatro reféns até o momento e tem enfatizado a intenção de liberar “prisioneiros civis”. No entanto, o representante do Hamas mencionou que é necessário um ambiente calmo para concluir essa tarefa e levantou a alegação de que os bombardeios israelenses já resultaram na morte de 50 prisioneiros, informação que não pôde ser verificada pela Reuters.

Enquanto isso, têm ocorrido confrontos entre militantes palestinos e tropas israelenses em diferentes áreas dentro da Faixa de Gaza. Embora os militares israelenses ainda não tenham confirmado as incursões, a mídia afiliada ao Hamas noticiou sobre tais conflitos.

No campo de refugiados de Jabalia, uma ação aérea causou a morte da esposa grávida de um advogado palestino, Jehad Al-Kafarnah, e resultou no nascimento natimorto de seu filho. Fotos do advogado em luto, segurando o corpo de sua esposa e seu filho envoltos em um lençol branco, circularam nas redes sociais e causaram comoção.

Enquanto os 2,3 milhões de civis em Gaza enfrentam a escassez de energia, água, suprimentos de alimentos, combustíveis e medicamentos devido ao cerco israelense, a questão de como ajudá-los será discutida na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York nesta sexta-feira. Diferentemente do Conselho de Segurança da ONU, onde as resoluções referentes à ajuda humanitária para Gaza falharam esta semana, a resolução apresentada pelos Estados árabes na Assembleia Geral não poderá ser vetada por nenhum país, mas também não terá caráter vinculativo.

A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA) relata que mais de 600 mil habitantes de Gaza ficaram desabrigados devido aos bombardeios israelenses, número três vezes maior do que a capacidade dos abrigos disponíveis. Para suprir as necessidades básicas, dez caminhões de alimentos e suprimentos médicos chegaram recentemente a Gaza, acompanhados por dez médicos estrangeiros. Autoridades palestinas explicaram que essas foram as primeiras equipes médicas a entrar em Gaza desde o início do conflito há três semanas. Mais de 80 caminhões de ajuda humanitária já atravessaram a fronteira, porém, a quantidade não é suficiente e negociações estão em andamento com Israel para permitir uma maior agilidade no fornecimento dos recursos.

Em meio a essa crise humanitária, as tensões continuam a crescer, deixando a comunidade internacional preocupada com a escalada do conflito e o sofrimento da população de Gaza. A esperança recai agora sobre as discussões na ONU, buscando soluções imediatas para cessar a violência e proporcionar alívio àqueles que mais dependem de ajuda neste momento de crise.

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