Empresário acusa envenenamento de cavalos de alto valor e entra em disputa judicial com autoridades policiais em São Paulo.

O caso do envenenamento dos cavalos no Haras Don Maragno, em Mairiporã, está se tornando cada vez mais complexo e envolve uma série de disputas e acusações. O empresário Hérick Maragno, dono dos cavalos, alega que seus animais foram envenenados e aponta para a suposta obstrução por parte da polícia nas investigações. Por outro lado, as autoridades afirmam que as acusações estão sendo apuradas de forma adequada e que o empresário será responsabilizado caso não consiga provar suas denúncias.

Tudo começou no último dia de 2022, quando o cavalo Lusitano Design adoeceu subitamente. Maragno descreveu os sintomas do animal, incluindo corrimento nasal esverdeado, espuma na boca e incapacidade de beber água. O veterinário constatou que o intestino do cavalo não estava funcionando e sugeriu o sacrifício. Nas semanas seguintes, outros dois cavalos, a égua mangalarga Diva das Duas Águas e o cavalo Campolina Nobre de São Luís, também morreram. Maragno acredita que todos os três foram vítimas de envenenamento.

O empresário possui um exame toxicológico que mostra a presença de chumbo nos órgãos de Nobre, o último cavalo a falecer. No entanto, não há certeza sobre quem seria o responsável por esse suposto envenenamento. Maragno acusa policiais de atrapalhar as investigações e esconder provas. Denúncias foram feitas ao Ministério Público, à Corregedoria da Polícia Civil e à Secretaria de Segurança Pública, e estão sendo investigadas.

A Delegacia Seccional de Franco da Rocha, responsável pelo caso, afirma que as acusações estão sendo apuradas de forma adequada e que o empresário será responsabilizado caso não consiga comprovar suas denúncias. A hipótese de intoxicação por chumbo foi descartada por laudos.

As mortes dos cavalos ocorreram no Haras Don Maragno, um empreendimento planejado pelo empresário, com um investimento projetado de cerca de R$ 150 milhões. Maragno acredita que os animais foram envenenados para sabotar seu empreendimento e favorecer concorrentes.

Além do envenenamento dos cavalos, o Haras Don Maragno enfrentou outros problemas, como o caso do garanhão London que escapou da cocheira e se feriu gravemente em uma briga com outros cavalos. Os animais também estavam emagrecendo ao longo do mês, o que levou Maragno a suspeitar de envenenamento.

O empresário contratou vários veterinários para tratar dos cavalos e fez acusações contra eles, alegando uma eutanásia não autorizada e exames falsos. Por sua vez, os veterinários afirmaram que o local tinha condições precárias e sugeriram que a causa das mortes poderia estar relacionada ao manejo do feno ou à contaminação do solo ou da água.

O laudo da morte de Nobre apontou insuficiência respiratória aguda como causa e pneumonia bacteriana como diagnóstico. O exame que aponta a presença de chumbo nos órgãos dos animais é contestado, pois há nomes de outro cavalo e outro dono nesse documento. Maragno afirma que fez isso para evitar manipulações.

Os prejuízos com as mortes dos cavalos são estimados em pelo menos R$ 100 mil, já que os animais não tinham seguro. O empresário se reuniu diversas vezes com o delegado seccional Aldo Galiano Júnior, mas reclama que as investigações estão paradas. Maragno ainda afirma que foi ignorado ao tentar apresentar o exame toxicológico em delegacias.

Situação ilegal envolvendo as ossadas dos cavalos também foi mencionada, já que as autoridades afirmam que elas não deveriam estar no haras. Maragno, no entanto, ouviu de especialistas que o chumbo permanece na estrutura óssea dos animais por até 27 anos e exige agora uma perícia isenta nos restos mortais.

O caso continua a ser investigado e envolve várias autoridades policiais e órgãos de justiça. Maragno é atualmente investigado em seis inquéritos, que incluem suspeitas de maus-tratos aos cavalos, crime ambiental e calúnia, além do caso relacionado à suposta tortura descrita por um homem que havia sido suspeito de um furto no haras. As autoridades negam as acusações de Maragno e afirmam que todas as investigações estão sendo conduzidas de forma justa e imparcial.

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