Criminosos incendeiam 35 ônibus no Rio de Janeiro após morte de líder de milícia e governo responde com acusação de terrorismo

A cidade do Rio de Janeiro foi palco de cenas de guerra nas últimas horas. Criminosos ligados à maior milícia da cidade instauraram o caos na última segunda-feira (23) após a morte de Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, pela Polícia Civil. Rezende era sobrinho de Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, chefe do Bonde do Zinho, milícia que controla a Zona Oeste da capital carioca. Ele também era um dos alvos da operação policial que culminou na morte de seu sobrinho. Como resposta à ação da polícia, milicianos incendiaram pelo menos 35 ônibus, alguns veículos de passeio e até um trem.

Os ataques causaram transtornos no sistema de transporte da cidade, com vídeos registrados por usuários do transporte público mostrando pessoas improvisando formas alternativas de chegar aos seus destinos, incluindo viajar em um caminhão cegonha. O ocorrido levou a cidade a entrar em Estágio de Atenção por volta das 18h40, o terceiro nível em uma escala de cinco, indicando que uma ou mais ocorrências impactaram o município e afetaram a rotina da população.

Os incêndios a ônibus interditaram diversas vias da cidade, incluindo a avenida Brasil, onde um caminhão chegou a ser incendiado. No entanto, no final da noite, a situação já tinha se regularizado, e a cidade regrediu para o Estágio de Mobilização por volta das 23h15. Durante o período mais intenso de ataques, foram registrados quase 100 km de lentidão nas ruas da cidade, de acordo com o Centro de Operações do Rio.

Como consequência dos ataques, o governador Cláudio Castro anunciou que os 12 detidos pelos crimes irão responder por terrorismo. Os atos de violência foram uma resposta direta à morte de Matheus da Silva Rezende, e mostram a dimensão do poder das milícias que atuam na cidade do Rio de Janeiro.

No total, foram atacadas várias vias da cidade, como a rua Guarujá, a avenida Brasil, a estrada das Agulhas Negras, a avenida Cesário de Melo e a estrada do Campinho, entre outras. No entanto, às 0h desta terça-feira, todas as vias já haviam sido liberadas e a situação estava sob controle.

Os ataques a ônibus e a outros veículos evidenciam a força e a audácia das milícias que dominam áreas da cidade do Rio de Janeiro. A resposta do governador em classificar os detidos como terrori- stas também reflete a gravidade da situação. Resta agora a investigação e a punição dos envolvidos para que a paz possa ser restabelecida na cidade e que a violência não se torne uma rotina ainda mais intensa na vida dos cariocas.

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