Atividade econômica brasileira tem queda em agosto, aponta Banco Central.

A atividade econômica brasileira apresentou uma queda no mês de agosto deste ano, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (20). De acordo com os dados dessazonalizados, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma redução de 0,77% em relação ao mês anterior. No entanto, quando comparado ao mesmo mês de 2022, foi registrado um crescimento de 1,28% (sem ajuste para o período).

Nos meses de junho e julho, o indicador havia apresentado um aumento, após ter uma retração em maio. O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e auxilia o Banco Central a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, que está atualmente em 12,75% ao ano. Esse índice incorpora informações sobre o nível de atividade nos setores da economia, como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

É importante destacar que a taxa básica de juros é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a taxa, a intenção é conter a demanda aquecida, o que afeta os preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Dessa forma, taxas mais altas contribuem para a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.

No entanto, é válido ressaltar que o comportamento dos preços já levou o Banco Central a realizar cortes nos juros, em um ciclo que deve continuar com reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, o que era esperado pelos economistas.

Na ata da última reunião, o Copom reforçou a importância de manter uma política monetária contracionista, a fim de consolidar a convergência da inflação para a meta estabelecida para 2024 e 2025, além de ancorar as expectativas. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta são fatores que preocupam o Banco Central e influenciam na decisão sobre a taxa básica de juros.

É válido mencionar que, de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, iniciando um ciclo de aperto monetário devido ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Durante um ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas. Antes disso, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o valor mais baixo da série histórica.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), é importante destacar que o IBC-Br utiliza uma metodologia diferente para medir a atividade econômica em comparação ao PIB, que é o indicador oficial da economia brasileira. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país. No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,9% em relação aos primeiros três meses de 2023, superando as projeções. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o avanço foi de 3,4%.

No acumulado de 12 meses, o PIB apresentou um aumento de 3,2%. No primeiro semestre de 2023, a alta registrada foi de 3,7%. Já em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

Esses indicadores refletem a atual situação da economia brasileira, mostrando um cenário de queda na atividade econômica em agosto, mas com resultados positivos no acumulado de 12 meses e no PIB. A decisão do Banco Central em relação às taxas de juros continua sendo um ponto importante a ser observado, considerando a necessidade de controlar a inflação e impulsionar o crescimento econômico.

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