A primeira imagem, datada de 21 de abril, retrata a região como era antes do desastre natural, enquanto a segunda foto, registrada nesta segunda-feira (6), exibe a devastação causada pelas enchentes que invadiram a cidade. O lago Guaíba transbordou, inundando as principais vias do centro histórico e deixando moradores desalojados, além de afetar os serviços públicos.
O município de Porto Alegre decretou estado de calamidade pública após o Guaíba atingir o maior nível de sua história, chegando a 5,3 metros. Estima-se que o lago levará mais de 10 dias para voltar ao nível de inundação, prolongando a situação de emergência na capital e em outros municípios afetados.
Devido às cheias, quatro das seis estações de tratamento de água da cidade estão fora de operação, resultando em desabastecimento para 70% da população. O prefeito Sebastião Melo recomendou que os moradores com residências no litoral deixem a cidade temporariamente para reduzir o consumo de água.
As aulas em Porto Alegre foram suspensas por três dias para facilitar as operações de resgate e apoio, uma vez que dois pontos críticos da cidade necessitam de atenção especial: os arredores da Arena do Grêmio e a região da Fiergs, onde o dique foi extravasado. O aeroporto internacional Salgado Filho permanece fechado e não há previsão de retomada dos voos, levando as companhias aéreas a suspender as operações para o local.
Apesar dos esforços das autoridades e equipes de resgate, a situação permanece grave, com relatos de saques em estabelecimentos comerciais. Mais de 9.000 pessoas estão abrigadas em 60 locais da cidade, incluindo moradores de outras cidades da região metropolitana que também foram afetadas pelas enchentes.
A previsão de queda na temperatura no Rio Grande do Sul nesta semana aumenta a preocupação, especialmente para os moradores ainda aguardando resgate. Até o momento, as chuvas já deixaram 85 mortos, 339 feridos e 134 desaparecidos no estado. O presidente Lula, em sua segunda visita à região em uma semana, prometeu a criação de um plano de prevenção de acidentes climáticos após sobrevoar as áreas afetadas.
