Durante o evento, Hugo do Valle Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, afirmou que as metas definidas no Acordo de Paris, chamadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), não são suficientes para evitar o aumento da temperatura. Segundo ele, as políticas atuais dos países levarão a um aumento de 2,8 graus Celsius, enquanto o ideal é limitar o aumento a 1,5 grau Celsius.
Cláudio Ângelo, representante do Observatório do Clima, destacou que os esforços feitos até agora foram insuficientes e que é necessário reduzir as emissões de carbono em 8% ao ano até 2030. No entanto, as emissões estão aumentando, o que coloca a credibilidade do Brasil em risco na COP-30, que será realizada no país em 2025.
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), presidente da Comissão da Amazônia, ressaltou que o Brasil é parte da solução para as mudanças climáticas, mas é preciso discutir o mercado de carbono de forma mais séria e evitar o desmatamento. Ela alertou para a necessidade de votar pautas comprometidas e criticou os projetos de retrocesso existentes na Casa.
A transição energética também foi discutida no seminário. Gustavo Santos Masili, do Ministério de Minas e Energia, informou que quase metade da energia consumida pelos brasileiros em 2022 foi renovável, sendo que 90% da eletricidade também era renovável. No entanto, ele destacou a necessidade de avançar nos próximos anos.
Eric Cabral da Silva Moreira, representante da Petrobras, afirmou que a empresa já reduziu suas emissões em 40% entre 2015 e 2022. No entanto, Nicole Oliveira, do Instituto Internacional Arayara, apontou retrocessos na área energética, como o aumento do uso de gás na matriz brasileira.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, ressaltou a importância da participação dos parlamentares na COP-28 e destacou que pouco do que foi acordado sobre mudanças climáticas até o momento foi efetivamente realizado.
Portanto, os especialistas avaliaram que os esforços feitos pelo Brasil até agora para reduzir as emissões de gases do efeito estufa têm sido ineficientes. Eles ressaltaram a necessidade de medidas mais efetivas para cumprir as metas do Acordo de Paris e evitar o aumento da temperatura global. Além disso, destacaram a importância de discutir a transição energética e a necessidade de políticas comprometidas nessa área.