Dólar registra nova alta no mercado local impulsionado pela valorização dos Treasuries e demanda por ativos americanos

O dólar abriu o dia em alta no mercado local nesta terça-feira, 3, impulsionado pela valorização dos rendimentos dos títulos do tesouro americano e pela moeda norte-americana no exterior. Essa tendência tem enfraquecido o euro, a libra, o iene, e também as moedas emergentes e ligadas a commodities.

Os investidores, tanto no Brasil quanto no exterior, estão buscando proteção em ativos americanos diante da perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos por um período prolongado. Essa demanda é alimentada por dados de atividade econômica mais fortes do que o esperado, discursos favoráveis do Federal Reserve (Fed) e a resolução do impasse orçamentário que ameaçava paralisar o governo americano.

Além disso, os investidores analisam a produção industrial de agosto, que ficou abaixo da mediana das estimativas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial subiu 0,4% em relação a julho, abaixo da previsão média dos analistas. Na comparação com agosto de 2022, houve um aumento de 0,5%.

No dia anterior, as taxas de juros e o dólar já haviam subido devido aos dados positivos de geração de empregos apontados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou em entrevista à TV Globo que o corte de juros é adequado dadas as condições atuais.

Apesar desses fatores, as preocupações fiscais internas continuam no radar dos investidores. A arrecadação com receitas administradas pelo governo federal teve uma frustração de R$ 7,2 bilhões em relação à estimativa para o período de janeiro a agosto.

No cenário internacional, os investidores também estarão atentos ao discurso do presidente do Fed de Atlanta e à publicação do relatório Jolts, que analisa a abertura de vagas nos Estados Unidos.

No mercado nacional, o dólar à vista subia 0,33% no momento da escrita deste texto, sendo negociado a R$ 5,0832. O dólar futuro para novembro também apresentava alta, de 0,35%, cotado a R$ 5,1020. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a seis moedas principais, registrava um aumento de 0,29%, atingindo 107,214 pontos. Já o rendimento do título do tesouro americano de 10 anos avançava para 4,727%.

É importante acompanhar as movimentações do mercado cambial e os fatores que influenciam a cotação do dólar, pois esses são indicadores importantes para a economia brasileira e para os investidores.

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