De acordo com a economista do Ibre/FGV, Anna Carolina Gouveia, após interromper a sequência de quedas iniciada em abril, a incerteza econômica voltou a recuar em setembro. Esse movimento foi motivado por uma redução discreta no componente de mídia e uma queda mais expressiva no componente de expectativas.
A manutenção da política de afrouxamento monetário e controle da inflação tem sido um fator determinante para a queda do IIE-Br e pode continuar influenciando nos próximos meses. No entanto, Gouveia ressalta que a dinâmica insatisfatória do cenário internacional e as incertezas fiscais levantadas recentemente podem gerar volatilidade futura no indicador, dificultando uma redução adicional da incerteza nos próximos meses.
Em relação aos componentes do indicador, o de mídia apresentou uma queda de 0,8 ponto em setembro, ficando em 107,7 pontos e contribuindo negativamente com 0,7 ponto para a evolução do índice agregado. Já o componente de expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, registrou uma queda de 4,5 pontos, atingindo 100,7 pontos. Esse foi o menor nível desde janeiro de 2022 (99,6 pontos) e contribuiu negativamente com 1 ponto para o indicador.
A incerteza econômica é um fator que impacta diversos setores da economia, pois dificulta o planejamento e a tomada de decisões pelas empresas e investidores. Portanto, a evolução do IIE-Br é um indicativo importante para acompanhar a confiança e o ânimo dos agentes econômicos. Mesmo com a queda registrada em setembro, é necessário cautela diante das incertezas futuras e da possibilidade de volatilidade no indicador.