Após decisão judicial, alunos expulsos por atos obscenos em universidade são readmitidos, causando polêmica no campus

Após uma decisão da Justiça Federal, 15 alunos do curso de medicina que haviam sido expulsos da Universidade Santo Amaro (Unisa) por atos obscenos durante jogos universitários foram readmitidos. Os estudantes apareceram em um vídeo correndo nus pela quadra durante uma partida de vôlei feminina contra o Centro Universitário São Camilo. O episódio ocorreu em abril, em São Carlos, interior de São Paulo, mas viralizou nas redes sociais nas últimas semanas.

A defesa dos alunos alega que eles foram obrigados a tirar a roupa como parte de uma série de imposições e trotes praticados por veteranos contra os calouros. Após recurso dos estudantes, a 6ª Vara da Justiça Federal considerou que a expulsão violou o direito à ampla defesa e ao contraditório, pois ocorreu sem que os envolvidos fossem ouvidos.

No dia seguinte à decisão, estudantes de outros cursos se pronunciaram nos arredores da universidade, afirmando que o retorno dos jovens dá uma sensação de impunidade e lamentando a decisão judicial. Alguns relataram que acreditam haver proteção aos alunos de medicina e que, se o episódio tivesse ocorrido no curso deles, não haveria readmissão.

Alunos ouvidos pela Folha na semana passada também reclamaram que o curso de medicina é favorecido dentro do campus da Unisa, tanto em relação às instalações físicas quanto em termos de privilégios, como vagas no estacionamento. Esses estudantes temem que a imagem da universidade seja prejudicada após a polêmica e que isso possa afetar os próximos vestibulares.

A Unisa, ao anunciar a expulsão dos alunos, afirmou repudiar os atos e destacou que os atos ocorreram fora de suas dependências. Segundo o reitor Eloi Francisco Rosa, a instituição já levou o caso às autoridades públicas e contribuiu com as investigações e providências cabíveis.

Após a decisão, o advogado da Unisa, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que a faculdade tem feito esforços para evitar trotes entre veteranos e calouros, com campanhas de Tolerância Zero contra o trote. Ele ressaltou a necessidade de enfrentar o problema e fortalecer as campanhas contra trotes discriminatórios e violentos. Carvalho afirmou que a Unisa irá liderar o pacto nacional contra o trote violento.

Essa polêmica envolvendo a readmissão dos estudantes expulsos da Unisa continua a gerar debates sobre punição, privilégios e ações necessárias para evitar esse tipo de comportamento nos ambientes acadêmicos. A imagem da universidade também pode ser afetada, deixando algumas pessoas receosas em relação à sua reputação. Resta saber quais serão as medidas adotadas para enfrentar essas questões e promover um ambiente acadêmico mais seguro e respeitoso.

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