Aumento de 102,5% nos atendimentos médicos por exposição ao calor em São Paulo preocupa autoridades de saúde.

Nos primeiros sete meses de 2023, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo registrou um aumento significativo nos atendimentos ambulatoriais e internações devido à exposição ao calor. Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 102,5%, com um total de 312 casos neste ano, contra 154 em 2022. Esses dados preocupantes levaram a pasta a reforçar a importância de cuidados redobrados durante esta semana, em que as temperaturas no estado de São Paulo podem atingir níveis extremos.

As pessoas mais afetadas pelas altas temperaturas são os idosos, crianças menores de quatro anos e pessoas com deficiências cognitivas. Portanto, é fundamental que todos adotem medidas para amenizar os efeitos do calor. A Dra. Erica Boteom, médica geriatra, destaca a importância de manter-se hidratado, ingerindo pelo menos um litro e meio a dois litros de líquidos ao longo do dia. Além disso, é recomendado manter os ambientes arejados e frescos e utilizar roupas leves. Pessoas que realizam exercícios físicos ou passeios devem fazê-los antes das 10h ou após as 16h, evitando a exposição ao sol mais intenso.

Os idosos, as crianças de colo e as pessoas com alterações cognitivas merecem uma atenção especial, pois apresentam dificuldade em perceber ou comunicar a sede e regular a própria temperatura. Durante os dias de calor extremo, é fundamental que os cuidadores redobrem a atenção para evitar a desidratação e outros efeitos colaterais que podem ser fatais. Infelizmente, em 2023, a Secretaria de Estado da Saúde registrou cinco mortes relacionadas às altas temperaturas.

Outro aspecto importante a ser destacado é a situação das crianças. O Dr. Jamil Caldas, pediatra e Diretor da Divisão de Neonatologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Unicamp, alerta que jamais se deve deixar uma criança dentro do carro durante períodos com altas temperaturas, pois a estrutura metálica do veículo aumenta a temperatura interna, representando um grande risco para as crianças.

As crianças são mais vulneráveis aos efeitos do calor extremo, uma vez que perdem mais líquidos proporcionalmente em relação aos adultos. Quando expostas a temperaturas elevadas, elas podem apresentar irritabilidade, choro excessivo, pele avermelhada, diminuição na urinação e outros sintomas indicativos de desconforto. É fundamental que os adultos estejam atentos para proporcionar um ambiente arejado e oferecer líquidos para ajudar a regular a temperatura corporal das crianças.

Os idosos também estão sujeitos aos riscos da desidratação, principalmente devido a outras doenças, como diabetes e hipertensão, que aumentam a perda de líquidos pela urina. Além disso, o envelhecimento natural do corpo diminui a sensação de sede, exigindo que os idosos mantenham uma rotina de consumo adequado de água, mesmo quando não sentem necessidade.

É importante ressaltar que qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente sinais de desidratação e excesso de temperatura corporal – como sonolência, fraqueza, dores de cabeça persistentes e tontura intensa – deve buscar assistência médica imediata. Cuidar da saúde durante períodos de calor intenso é fundamental para prevenir complicações graves e garantir o bem-estar de toda a população.

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