Exame inovador para detecção precoce do Alzheimer chega ao Brasil, tornando o diagnóstico mais acessível e menos invasivo.

Chega ao Brasil nesta semana o exame americano PrecivityAD2, que promete revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer em estágios precoces. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Washington, o teste é capaz de identificar a presença da doença a partir de uma simples amostra de sangue. A iniciativa de trazer o exame para o mercado brasileiro é do Grupo Fleury, um dos principais centros de medicina e diagnóstico do país.

Diferente de outros testes disponíveis no Brasil, o PrecivityAD2 é capaz de detectar alterações na proteína tau, além da beta-amiloide, que são consideradas as marcas da doença de Alzheimer. Isso faz com que o exame tenha uma alta precisão, chegando a 88% de acurácia quando comparado com o padrão-ouro, o PET amiloide. Além disso, o exame de sangue é mais acessível, com um custo de R$ 3,6 mil, quase três vezes mais barato que o PET amiloide.

Outra vantagem do exame de sangue é a sua não invasividade. Diferente do teste de líquor, que depende de uma punção na lombar, o PrecivityAD2 é realizado a partir de uma amostra de sangue simples. Isso torna o processo menos desconfortável para o paciente.

No entanto, é importante destacar que o exame não é um teste de triagem, ou seja, não serve para um check-up geral. Ele deve ser aplicado em pacientes que já apresentem sinais e sintomas de declínio cognitivo. Além disso, o exame ainda não faz parte dos critérios diagnósticos para a doença de Alzheimer, mas pode ser utilizado como um complemento aos outros exames disponíveis.

O exame está disponível nas unidades da marca Fleury no Estado de São Paulo, mas a expectativa é de que em breve seja disponibilizado em todas as unidades do grupo. O resultado do teste é liberado em cerca de 20 dias e as amostras coletadas no Brasil são encaminhadas para avaliação nos Estados Unidos.

O diagnóstico da doença de Alzheimer não é simples e normalmente depende da reclamação do paciente ou de quem convive com ele sobre sintomas como falhas na memória. O médico então aplica testes neuropsicológicos para determinar se há declínio cognitivo em comparação com indivíduos da mesma idade e escolaridade. Caso haja incapacitação para as atividades diárias, o diagnóstico de demência é estabelecido.

O exame de sangue é uma nova ferramenta que auxilia nesse diagnóstico. Ele busca identificar as proteínas beta-amiloide e tau, que estão associadas à doença de Alzheimer. Essas proteínas se acumulam no cérebro, formando placas que levam à morte neuronal. A detecção dessas proteínas por meio do exame de sangue permite um diagnóstico mais preciso e, consequentemente, um tratamento mais eficaz.

Apesar das vantagens, o exame ainda possui algumas limitações. Alguns cientistas argumentam que os testes são baseados em estudos com populações específicas, como a americana, e é necessário mais estudos para verificar a sua aplicabilidade em outros grupos étnicos. Além disso, o exame ainda está em fase de validação e não dispensa a expertise do médico na interpretação dos resultados.

No entanto, a chegada do PrecivityAD2 promete trazer avanços significativos no diagnóstico da doença de Alzheimer. Com um exame mais acessível e menos invasivo, será possível identificar a doença em estágios precoces e iniciar um tratamento mais efetivo. É um avanço importante na área da medicina e um passo em direção a uma cura para essa doença devastadora.

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