Centrão busca “porteira fechada” na Caixa Econômica Federal em novas batalhas com governo Lula

O Centrão está se preparando para enfrentar o governo Lula em uma nova batalha política. Após desalojar Ana Moser do Ministério do Esporte, o Partido Progressista (PP) agora busca ter controle total sobre a Caixa Econômica Federal. No entanto, as negociações estão em impasse devido à recusa do Palácio do Planalto em ceder os outros cargos do banco.

Essa disputa envolve o termo “porteira fechada”, que significa dar autonomia para um partido ou bloco preencher todos os postos da estrutura sob sua direção. O governo concordou em nomear Margarete Coelho, ex-deputada e aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira, para presidir a Caixa. Porém, não está disposto a entregar as 12 vice-presidências do banco para indicados do Centrão, formado pelo PP, Republicanos e União Brasil.

A posse dos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) em ministérios está marcada para esta quarta-feira, dando início à segunda fase das substituições promovidas por Lula. O próximo alvo é a diretoria de Habitação da Caixa, atualmente ocupada por Inês Magalhães, que cuida do programa Minha Casa, Minha Vida. O PT está tentando mantê-la no cargo, mas o Centrão está pressionando por mudanças.

Outra disputa envolve as secretarias do Ministério do Esporte, principalmente a que será responsável pela arrecadação dos impostos sobre apostas esportivas. O PP, encabeçado por Lira, está de olho nessa secretaria, já que a previsão é que ela gere até R$ 12 bilhões por ano para o governo.

Além disso, o Centrão também deseja controlar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O governo tentou extinguir a autarquia, mas não obteve aprovação do Congresso. Agora, deputados do Republicanos, PSD e PP estão reivindicando o comando da Funasa, pois a Saúde abriga a maior parte das emendas parlamentares individuais.

Essa disputa entre o Centrão e o governo Lula mostra como as negociações políticas são fundamentais para a distribuição de cargos e poder. Enquanto o Centrão busca ampliar sua influência e conquistar postos estratégicos, o governo tenta conciliar as demandas dos diferentes partidos, mas sem ceder completamente às exigências do bloco. O desfecho dessas batalhas políticas terá impacto direto na governabilidade e na implementação das políticas públicas do novo governo.

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