Durante uma reunião da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, Tufi Daher Filho, presidente da Transnordestina Logística (TLSA), empresa controlada pela CSN, apresentou estimativas sobre o custo da obra. Ele explicou que o objetivo é conectar o Piauí ao Porto de Pecém (CE), formando um “L invertido”. Daher ressaltou a importância da liberação dos recursos para evitar a correção financeira mensal, que já chega a mais de R$ 8 milhões.
Segundo Daher, a CSN espera obter os recursos restantes por meio de operações com o BNDES (R$ 600 milhões) e com o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) (R$ 811 milhões já previstos e um adicional de R$ 3,5 bilhões). Além disso, a empresa também busca uma carência de cinco anos para o pagamento de suas dívidas junto aos fundos de investimento, para direcionar os investimentos para as obras da ferrovia.
Daher ressaltou que a CSN é responsável por 81% do financiamento da Transnordestina, que já consumiu R$ 9 bilhões. Ele destacou que a construção de uma ferrovia desse porte deveria ser feita pelo Estado e depois concedida à iniciativa privada.
Durante a reunião, deputados da bancada de Pernambuco criticaram a retirada do trecho que ligaria a cidade de Salgueiro até o Porto de Suape da concessão assumida pela CSN. A retirada do trecho foi vista como uma forma de viabilizar o projeto. No entanto, o deputado Pedro Campos (PSB-PE) afirmou estar otimista com a sinalização favorável do presidente Lula para a inclusão de Suape.
Representantes do Ministério dos Transportes e do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reforçaram o compromisso do governo com a conclusão da Transnordestina.
O cronograma do Ministério dos Transportes prevê que as etapas que antecedem a concessão do trecho de Pecém devem ser iniciadas em 2024, com licenciamentos e desapropriações. Em seguida, será analisado o interesse do setor privado em investir na obra.
Ainda não há previsão para a liberação dos recursos solicitados pela CSN, mas a empresa está confiante na viabilização da ferrovia, que é considerada estruturante para o Nordeste.