PT aprova regra que limita prévias eleitorais para escolha de candidatos a prefeito, gerando polêmica e discussão interna.

O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou uma nova regra nesta segunda-feira (16) que traz limitações para a realização de prévias eleitorais nas eleições municipais do próximo ano. De acordo com a nova resolução, as prévias não acontecerão caso o diretório municipal aprove por maioria de dois terços o nome de um dos pré-candidatos. Somente se esse patamar não for alcançado é que haverá uma consulta direta a todos os filiados do partido.

A resolução foi aprovada pelo diretório nacional do partido com 47 votos a favor e 36 votos contra. Os opositores, que representam correntes minoritárias dentro do partido, argumentam que a medida é antidemocrática, uma vez que limita o espaço para o debate interno.

O Secretário de Comunicação do PT e um dos defensores da mudança, o deputado federal Jilmar Tatto (SP), justifica que a alteração é necessária devido à nova realidade política. Segundo ele, “existe um ente jurídico novo, que é a federação. O PT não tem mais 100% de autonomia, tem que dialogar com outros dois partidos [PCdoB e PV]. Isso muda muito o jeito de fazer política”.

A medida do PT reflete um movimento de mudanças na forma de escolha dos candidatos por parte dos partidos políticos. Com o advento das federações partidárias, que permitem alianças entre partidos para viabilizar candidaturas, as decisões sobre os candidatos deixam de ser exclusivamente internas. O diálogo entre os partidos se torna fundamental para construir uma frente ampla e competitiva.

No entanto, as prévias são um importante mecanismo democrático que permite a participação dos filiados na escolha dos candidatos. Ao limitar as prévias apenas aos casos em que não há consenso interno, o PT corre o risco de ser acusado de cerceamento da participação popular e de favorecimentos a determinados candidatos.

O debate em torno desta nova regra do PT está apenas começando. Os opositores e críticos da medida prometem levar a discussão adiante e questionar sua legalidade e legitimidade. Resta acompanhar os desdobramentos e ver como essa mudança irá impactar o cenário político nas eleições municipais de 2024.

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