Presidente do Parlamento do Canadá renuncia após escândalo de homenagem a ex-soldado ucraniano nazista em evento com Trudeau e Zelensky.

O presidente do Parlamento do Canadá, Anthony Rota, anunciou sua renúncia ao cargo após o escândalo envolvendo a homenagem a um ex-soldado nazista ucraniano. Durante um evento na Câmara, Rota concedeu uma homenagem a Yaroslav Hunka, de 98 anos, que foi aplaudido por sua atuação na Primeira Divisão Ucraniana, também conhecida como Divisão Galícia.

A Divisão Galícia era composta por voluntários que atuavam em conjunto com a SS, o exército paramilitar do Partido Nazista. Essa divisão foi acusada de cometer diversos crimes de guerra. Yaroslav Hunka era admirador de Stepan Bandera, um colaboracionista nazista ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a repercussão negativa do evento, Rota emitiu um pedido de desculpas e, posteriormente, anunciou sua renúncia. Ele assumiu total responsabilidade pela homenagem e afirmou que se arrepende de suas ações à luz das novas informações.

A renúncia de Rota gerou polêmica e, segundo a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, o presidente do Parlamento foi usado como bode expiatório, enquanto Trudeau e seus associados, descendentes de colaboradores do Exército insurgente ucraniano, saíram ilesos das repercussões do caso. Zakharova também questionou a falta de desculpas por parte do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pelos slogans nazistas usados durante o evento.

O Kremlin também se pronunciou sobre o assunto, classificando a homenagem a Hunka como uma maneira de caracterizar o regime de Trudeau, que, segundo eles, abraça a “russofobia desenfreada”. O comunicado ressalta que os colaboradores ucranianos que serviram aos nazistas escaparam da responsabilização pelo genocídio nos territórios ocupados da União Soviética e da Europa para receber abrigo no Canadá após a guerra.

O ocorrido também abalou as relações entre Ucrânia e Polônia, e o comunicado do Kremlin afirma que a ideologia ultraliberal propagada no Canadá tem raízes semelhantes ao nazismo. Espera-se que forças saudáveis na sociedade canadense se pronunciem contra a “nazificação da história e da vida cotidiana” incentivada pelas autoridades do país, juntamente com a “russofobia desenfreada”.

Essa polêmica envolvendo a homenagem a um ex-soldado nazista mostra a importância de lidar com o passado histórico de forma responsável e consciente. Mostra também como eventos desse tipo podem abalar relações diplomáticas e políticas. A renúncia de Anthony Rota como presidente do Parlamento do Canadá é mais um capítulo desse episódio controverso, que levanta questões sobre a memória histórica e a necessidade de confrontar os erros do passado.

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