Polícia Federal inicia processo de identificação de restos mortais de brasileiro vítima de chacina no México.

A Polícia Federal deu início nesta terça-feira (3) ao trabalho de identificação dos restos mortais de um brasileiro vítima de uma chacina de imigrantes em San Fernando, próximo à fronteira entre México e Estados Unidos, ocorrida em 2010.

Os restos mortais do brasileiro estão enterrados no cemitério de Sardoá, em Minas Gerais, e a exumação foi solicitada pela Procuradoria-Geral do México, por meio de cooperação jurídica internacional. A chacina é investigada no México como crime de homicídio qualificado, e dentre os 72 corpos encontrados em San Fernando estão os de quatro brasileiros, sendo um deles o alvo da exumação.

De acordo com as investigações, os corpos são de estrangeiros que tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Um sobrevivente relatou que eles foram sequestrados por um grupo armado que ofereceu trabalho na organização criminosa. Como os imigrantes recusaram a oferta, foram mortos.

Na época, o corpo do brasileiro foi entregue à família em uma caixa fechada, pois as autoridades mexicanas não autorizaram o reconhecimento. Em 2012, a família da vítima solicitou a revisão do caso e a exumação faz parte desse processo. Além disso, será realizada a coleta de material biológico dos familiares para auxiliar na identificação dos restos mortais.

A Polícia Federal designou um efetivo policial para a realização do trabalho, que contará com a participação de peritos criminais federais e de uma equipe multidisciplinar do México. Peritos e antropólogos mexicanos e argentinos também estarão presentes como observadores.

O nome do brasileiro não foi divulgado pela Polícia Federal. Na época do massacre, o Ministério Público Federal informou que algumas das vítimas eram moradores de Sardoá e Santa Efigênia de Minas, cidades próximas a Governador Valadares, na região leste do estado.

Este episódio foi o terceiro em 2010 no qual valas com dezenas de corpos, vítimas de narcotraficantes, foram descobertas pelas autoridades mexicanas. A identificação dos restos mortais e o esclarecimento dos fatos são importantes para as famílias das vítimas e para a busca por justiça em relação a esse crime bárbaro. A cooperação entre os países envolvidos é fundamental para o êxito das investigações.

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